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Por Sérgio Praça
A partir do que há de mais novo na Ciência Política, este blog do professor e pesquisador da FGV-RJ analisa as principais notícias da política brasileira. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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4 diálogos com Lula (ou: Minha decisão predileta de Sergio Moro foi outra)

Há dois anos, Sergio Moro autorizou a divulgação de conversas de Lula grampeadas pela Polícia Federal

Por Sérgio Praça Atualizado em 5 abr 2018, 21h53 - Publicado em 5 abr 2018, 21h44

Ao anunciar aquelas coisas chatas de voo, a comissária de bordo enganou-se: “Bem-vindos ao voo 1503 da Gol, destino final Congonhas, sob o comando do piloto Sergio Moro”. Risadas dos passageiros e da própria. Algumas pessoas aplaudiram. “Desculpem-me, piloto Sérgio Gonçalves.”

Impossível escapar da decisão mais celebrada e lastimada deste século na política brasileira. O juiz federal Sergio Moro decretou, há poucas horas, a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). Pensei em quem acompanha a trajetória do político desde a década de setenta, quando ele se firmou como líder sindical notório. Lembrei de um engenheiro de software indignadíssimo, em 2010, porque havia comprado um apartamento pela cooperativa Bancoop, comandada por pessoas ligadas a Lula, e não o havia recebido ainda. Nem iria receber. O partido pegou o dinheiro.

Pensei, também, em uma quarta-feira à noite em março de 2016. Eu estava no Rei do Mate, no térreo da FGV-RJ, tomando um café e preparando a aula do dia seguinte. O whatsapp começou a apitar. Colegas me informaram que Sergio Moro havia divulgado transcrições telefônicas de Lula com Dilma Rousseff (PT). Fiquei curiosíssimo e espantado. Baixei o .pdf. Posteriormente, parte das gravações foi anulada pelo juiz Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal.

As conversas são muito interessantes. Alguns exemplos:

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* O advogado Roberto Teixeira diz a Lula que “aquela coisa caiu com ela”, referindo-se a Rosa Weber, ministra do Supremo Tribunal Federal. Diz também que “aquele ‘baianinho’ está indo embora e eu acho que ele é o caminho para falar com ela”. Lula imediatamente pede que o conectem com Jacques Wagner (PT), a pessoa a quem o advogado se referia. Na conversa com Jacques Wagner, marcam de conversar com Weber na segunda-feira à noite. Diz Lula: “Bicho, é o seguinte: se eu não tiver preso, eu vou! (Risadas) Caralho!”

* “Estamos na linha de frente, presidente!”, disse o senador Lindbergh Farias (PT) para Lula em 2 de março de 2016. Lula respondeu: “Sabe o que acontece? O problema é que nós temos que fazer nos respeitar! Um delegado não pode desrespeitar um político, um senador ou um deputado! Sabe? Não tem sentido! Um cara do Ministério Público tem que respeitar! Tomo mundo quer autonomia… Quem está precisando de autonomia nesse país é a Dilma!”. Lindbergh ri.

* Com Dilma na linha, Lula reclama de um “espetáculo de pirotecnia sem precedentes, querida. Eles estão convencidos de que com a imprensa chefiando qualquer processo investigatório eles conseguem refundar a República”. Resposta da presidente: “É isso aí!!”

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* Após a condução coercitiva do ex-presidente, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB) liga “pra dar um abraço”. Diz Lula: “São um bando de filha da puta, Eduardo. Eu vou contar uma coisa pra você”. Paes: “Foda”. Lula: “Olha, deixa eu lhe falar uma coisa. esses meninos da Polícia Federal e esses meninos do Ministério Público, eles se sentem enviados de Deus.”. Paes: “É, mas eles são todos crentes. Os caras do Ministério Público são crentes, né”.

E tem mais nos arquivos, disponíveis aqui.

(Meu livro “Guerra à Corrupção: Lições da Lava Jato”  está à venda aqui)

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