Fumaça que escureceu SP saiu da fritura de Moro
O Congresso desligou o exaustor ao desidratar o pacote anticrime
A fumaça que fez o dia virar noite em São Paulo veio na verdade da intensa fritura do ministro da Justiça. Depois de reclamar da troca da chefia da PF no Rio — feita para aliviar a barra de Flávio Bolsonaro —, Moro foi colocado em fogo alto.
Quando o ministro já estava bem queimado de um lado, Bolsonaro o virou na frigideira ao dar o Coaf ao Ministério da Economia. O Congresso desligou o exaustor ao desidratar o pacote anticrime de Moro, e o resultado foi a nuvem de fumaça que deixou parte do país como Bolsonaro gosta: nas trevas e sufocado.
Com isso, o presidente prova que é tão bom de negócios quanto seu amigo Queiroz (que movimentou 7 milhões de reais vendendo Belinas): começou pedindo prestígio emprestado a Moro e acabou deixando o ministro sem nenhum capital político e mendigando palmas em lives bizarras no Facebook.
Publicado em VEJA de 28 de agosto de 2019, edição nº 2649