Americanos querem o direito ao esquecimento do debate entre Trump e Biden
O evento foi um filme-catástrofe do início ao fim
O primeiro debate das eleições americanas foi um filme-catástrofe do início ao fim. Americanos entraram com ação na Suprema Corte pedindo o direito ao esquecimento de que esse espetáculo da miséria humana aconteceu. Donald Trump descobriu uma estratégia que poderá ser imitada por seus colegas brasileiros que não gostam de debate, como Jair Bolsonaro e Marcelo Crivella: trata-se de ir ao debate sem ir ao debate. Trump não deixou ninguém falar — nem Biden, nem o moderador, nem ele próprio, que não falou uma única coisa aproveitável. Só ficou calado quando lhe perguntaram se ele apoiava supremacistas brancos.
No próximo debate, Biden já tem uma estratégia para manter Trump de boca fechada: fazer, durante 90 minutos, a mesma pergunta: “O senhor é nazista?”. É garantia de que o presidente não vai responder.
Publicado em VEJA de 7 de outubro de 2020, edição nº 2707