A estratégia de Bolsonaro para destruir a Globo
Colocar todos os seus atores na Secretaria da Cultura
Só não reparou um padrão quem não quis. Depois da passagem curiosa de Regina Duarte pela Secretaria Especial da Cultura, o presidente Jair Bolsonaro substituiu a namoradinha do Brasil, mocinha em dezenas de novelas, por Mario Frias, ex-galã de Malhação e modelo de cuecas. Ficou clara sua estratégia de tentar destruir a emissora, sua arqui-inimiga, alçada a comunista da noite para o dia. Assessores dizem que Bolsonaro está há dez dias fazendo a piada “Conhece o Mario? Aquele que entrou numa Frias!” para quem cruza seu caminho.
O presidente, porém, esbarra em seu pouco conhecimento na área do entretenimento: Regina não fazia papéis relevantes havia tempos e Frias passou boa parte da última década na Record. Bolsonaro descobriu isso na última hora e decidiu fazer a posse do novo secretário praticamente às escondidas. Esperava que ninguém percebesse, para que ele possa fritá-lo mais rápido. O novo secretário ainda não escolheu qual cargo fingirá assumir depois que for descartado de forma humilhante pelo presidente.
Publicado em VEJA de 1 de julho de 2020, edição nº 2693