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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre
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Trans recebe ameaça de morte após palestra em evento tecnológico

Evelyn Mendes, de Porto Alegre, registrou na polícia as ameaças recebidas. A transexual ensina programação de computadores para garotas

Por Paula Sperb
14 set 2017, 09h25

Para combater o machismo no setor de tecnologia, onde os homens são maioria nas empresas na área de internet, a mulher transexual Evelyn Mendes, de 43 anos, de Porto Alegre, ensina programação de computadores para garotas. Porém, desde que palestrou na maior conferência de linguagem JavaScript do mundo, a 7ª BrazilJS, na capital gaúcha, Evelyn tem recebido ameaças de morte. Sua presença no evento, que contava também com profissionais do Google, Microsoft e Netflix, foi registrada por VEJA em 24 de agosto.

“Quando você menos esperar, eu vou te matar com requintes de crueldade. Tudo será filmado e logo em seguida será publicado”, dizia a primeira ameaça, que ainda chamava Evelyn de “abominação”. A programadora registrou um boletim de ocorrência denunciando com todas as ameaças, mas teme que o caso não seja investigado e os agressores continuem impunes.

“Não é só contra mim. É contra todas as mulheres que trabalham na área. O machismo é muito comum no setor de TI (tecnologia da informação) e muitos homens atacam mulheres que questionam isso. Eles se sentem ofendidíssimos com a simples presença feminina”, disse Evelyn sobre as ameaças. Depois do evento de Porto Alegre, ela viajou a Fortaleza para outra etapa do evento. Lá, a organização prestou apoio e projetou em um telão algumas das ameaças recebidas como forma de protesto.

“Estamos acompanhando na comunidade do Brasil inteiro, investigando e acionando todas as pessoas que possam ajudar de alguma maneira”, explicou Jaydson Gomes, CEO da BrazilJS, em nota.

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Em um dos ataques, o agressor dizia que queria que os eventos fossem como nos anos 1990 de quando não havia diversidade nos eventos, contou a programadora. Ela trabalha com programação de computadores há 15 anos e termos que assustam os leigos, como Java Script, PHP, SQL, Asp.Net e Ruby, fazem parte do cotidiano da “trans, nerd e geek”, como a própria se define em sua página na internet.

Algumas ameaças se referem a ela no gênero masculino como uma forma de denegri-la, já que é uma mulher transexual. Além disso, seu endereço e o nome completo da mãe foram expostos. “Vá lá pedir ajuda para seus amigos negros empoderados quando sua mãe for estuprada na tua frente”, dizia outra mensagem recebida por ela, que também foi ameaçada de estupro.

Evelyn relata que desde que vem denunciando os ataques diversas mulheres que trabalham com TI a procuraram para contar que haviam passado por situações parecidas. “Uma delas fez também uma palestra e começou a receber os ataques. Ficou deprimida e chegou a pensar em suicídio. De tanto atacar, eles deixam a pessoa para baixo, sem estima, pensando em cometer suicídio. Esse é o ato criminoso. Mas eu não vou me abater”, disse a profissional.

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Tecnologia para garotas

A ideia de Evelyn é “empoderar” o público feminino que ainda não trabalha com Tecnologia da Informação (TI) para que adquiram o conhecimento básico. “Elas descobrem que é tão fácil programar que farão um site para elas”, explica. As aulas ocorrem em eventos como Django Girls e Rail Girls, realizados em diversas cidades.

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