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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre
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Policial militar que matou assaltante recebe homenagem em Porto Alegre

Soldado reagiu ao presenciar criminoso levar carro de casal que voltava do hospital

Por Paula Sperb
Atualizado em 31 jul 2018, 15h56 - Publicado em 31 jul 2018, 11h24

“Tu foi um anjo que apareceu na nossa vida naquele momento. Não sei como te agradecer porque salvar uma vida não tem agradecimento suficiente. Continua assim”, disse a bancária de 31 anos ao soldado da Brigada Militar que defendeu ela e o companheiro em um assalto na noite de 24 de julho, no bairro Mont’ Serrat, em Porto Alegre. O policial matou o assaltante que tentou levar o carro que ela dirigia ao voltar para casa após deixar o hospital, onde estava o companheiro após quebrar um pé. Outros dois assaltantes conseguiram escapar.

O reencontro entre o casal e o policial ocorreu na manhã desta terça-feira 31 durante uma homenagem ao profissional realizada pelo Instituto Cultural Floresta (ICF), entidade que doou 14 milhões de reais em equipamentos para os órgãos de segurança do Rio Grande do Sul.

Porto Alegre é uma das cidades mais violentas do país e tem uma taxa de homicídios maior do que a capital do Rio de Janeiro, onde há uma intervenção federal na área da segurança. O Rio Grande do Sul é o único estado da região com alta gradativa de assassinatos, conforme os dados do Atlas da Violência de 2018. Uma pesquisa mostrou que 10% dos gaúchos têm medo de morrer durante um assalto.

“Apenas cumpri com o juramento que fiz quando ingressei na Brigada Militar: dedicar-me inteiramente ao serviço policial militar, à manutenção da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida. Tenho certeza que qualquer outro colega agiria do mesmo modo”, disse o soldado ao receber uma placa com a homenagem que ocorreu na Praça da Encol.

A esposa de outro soldado, Jean Cássio de Vargas, hospitalizado após ser baleado durante um assalto a ônibus em 11 de junho, também recebeu uma homenagem em nome do marido. Daniela Trindade representou Vargas na cerimônia. Os nomes das vítimas e do policial são preservados por temerem represálias dos assaltantes que escaparam.

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Com 25 anos e natural de Porto Xavier, o policial que protegeu o casal está há dois anos na Brigada Militar. Ele saía da academia quando presenciou o assalto. “Aconteceu muito rápido, foi algo instantâneo. Nesse momento eu falei ‘parado! polícia!’. Então, ele se virou para mim e para a vítima. Quando ingressei na Brigada Militar, passei por um curso de formação. Nesse curso aprendi todas as técnicas que demanda a cartilha policial. As vítimas ficaram contentes com a minha ação. A homenagem é muito importante para toda a corporação porque auxilia nosso fortalecimento”, disse o soldado a VEJA.

Casal que foi vítima de assalto durante cerimônia de homenagem ao policial (Paula Sperb/VEJA.com)

“Eu estava dirigindo após sair da farmácia para comprar os remédios receitados no hospital. Eu dirigia com o pisca alerta e devagar porque a rua tem muitos buracos, estava a uma quadra de casa. O impacto podia aumentar a dor do meu companheiro, que havia quebrado o pé há poucas horas. Eles se aproveitaram que eu estava devagar. ‘Perdeu, perdeu’, eles gritavam com as armas apontadas. Pedi calma porque estava difícil para o meu companheiro sair rápido do carro com o pé quebrado. Ele começou a bater no meu carro, saí e fui ajudar meu companheiro. Daí ouvi os tiros”, contou a mulher à reportagem, que já tinha sido assaltada com uma faca em outra ocasião.

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“Ouvi os tiros quando estava fora do carro. Eles foram no vidro da frente, lembro do rosto dele perfeitamente. Cada um de nós saiu pelo seu lado do carro. Eu disse ‘por favor, estou com o pé quebrado, tenho que sair devagar’. Ele sentou no banco do motorista, onde morreu acelerando”, relembrou o homem que sofreu o assalto.

Segundo o presidente do IFC, Leonardo Fração, a homenagem ao policial é inspirada em práticas da sociedade civil mais comuns nos Estados Unidos. “Lá é o lugar onde o policial é ultravalorizado, onde ele nunca está esquecido pela sociedade. A sociedade está sempre agradecendo ele por fazer o trabalho dele”, explicou.

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