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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre
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Moro dá recado à iniciativa privada: corrupção não é só política

Juiz falou em “simbiose ilícita” entre empresas e partidos na sua primeira aparição após a prisão de Lula

Por Paula Sperb
11 abr 2018, 15h24

Para uma plateia formada principalmente por empresários, o juiz Sérgio Moro deu um “puxão de orelha” na iniciativa privada. Moro, responsável por julgar em primeira instância os casos da operação Lava Jato, lembrou que não existe corrupção sem corruptor. Na sua primeira aparição após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã da última terça-feira, durante o 31º Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, o juiz afirmou que a corrupção não é exclusividade da política e do setor público, mas envolve o setor privado em uma “simbiose ilícita” entre as partes.

“Temos uma tendência negativa de, muitas vezes, identificar todos os nossos problemas no setor público. Como se a corrupção envolvesse somente alguém que recebe sem que não houvesse ninguém disposto a pagar vantagem indevida ao agente público”, disse Moro.

“A questão é simplesmente fazer a coisa certa. Não pode o agente do setor privado ficar reclamando de ineficiência do estado, de corrupção e impunidade quando ele mesmo não faz a sua parte”, acrescentou.

O magistrado disse ainda que há casos em que empresários são vítimas de extorsão. Porém, nos casos julgados por ele as empresas não eram vítimas, mas cúmplices. “Falando francamente, considerando os casos já julgados na operação Lava Jato em que foram condenados empresários pagadores de propina, não foi identificado nenhum caso de extorsão. Havia uma simbiose ilícita entre os participantes desses crimes e o setor privado têm muito a oferecer”, falou Moro.

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O juiz pediu que a iniciativa privada ajude nas mudanças éticas do país dizendo não ao pagamento de propina e destacou que as consequências são graves, com perdas econômicas, reputacionais e prisão.

Jovens empreendedores na prisão

Moro estava acompanhado do procurador aposentado Antonio Di Pietro, que conduziu a operação Mãos Limpas na Itália. A Mãos Limpas inspirou os métodos da Lava Jato. Falando em italiano e com tradução simultânea, Di Pietro disse que espera que não ocorra no Brasil o que aconteceu na Itália. Segundo ele, o “vazio” deixado pela operação que devastou a classe política foi ocupado por um empresário visto como “salvação”. Porém, o primeiro-ministro eleito, o empresário neoliberal Silvio Berlusconi, teve seus mandatos marcados por diversos escândalos de corrupção.

Segundo ele, assim como no Brasil, na Itália, multidões foram às ruas protestar contra a corrupção. Porém, assim que as investigações passaram atingir os políticos que até então eram anticorrupção, a Mãos Limpas sofreu pressão incluindo assassinato de juízes e jornalistas.

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“Eu fui convidado a diversos eventos como esse [Fórum da Liberdade] com jovens empreendedores [contra a corrupção na Itália].Agora, eles estão na prisão. Percebem?”, falou Di Pietro.

Com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, políticos de outros partidos podem ser investigados. Por isso, ele deixou um conselho: “fechar o cerco antes que se crie um sistema de reação [à Lava Jato]”.

(Fernando Conrado/Divulgação)
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