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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre
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Cidade gaúcha já tem 569 casos confirmados de toxoplasmose

Gatos hospedam parasita que pode contaminar água e carne consumidos por humanos; gestantes infectadas podem transmitir doença aos bebês

Por Paula Sperb
Atualizado em 21 jun 2018, 12h01 - Publicado em 20 jun 2018, 14h26

A população de Santa Maria, cidade gaúcha a 251 km de Porto Alegre, sofre com um surto de toxoplasmose que assusta a comunidade. A doença já infectou pelo menos 569 pessoas, entre 1.103 casos suspeitos, segundo o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS). A toxoplasmose chega ao homem por um parasita, o Toxoplasma gondii, que pode contaminar a água e carne consumida pelas pessoas ao ser eliminado das fezes de gatos, que são seus hospedeiros. Outros animais também servem de hospedeiros ao protozoário, como bovinos, suínos, caprinos e aves, segundo o Ministério da Saúde. Nesta segunda, o órgão do governo federal informou que a origem provável do surto é a água contaminada.

Dos 569 casos confirmados, 50 são gestantes. Entre as gestantes, três enfrentaram a morte dos bebês e duas, o aborto. Seis bebês nasceram contaminados com a chamada toxoplasmose congênita. Exceto no caso de gestantes,a  toxoplasmose não é contagiosa. Entre os principais sintomas estão dor de cabeça, dor de garganta, problemas de visão e audição e manchas no corpo.

Como o protozoário se hospeda no gato e é eliminado nas suas fezes, a toxoplasmose é popularmente chamada de “doença do gato”, porém, o termo é considerado incorreto. Conforme o Ministério da Saúde, “o gato contrai a infecção ao comer carnes cruas, ratos ou pássaros contaminados. Outros animais se infectam alimentando-se de pastagens contaminadas pelas fezes”. O contágio é menos comum através do contato direto do homem com as fezes do gato. Entretanto, as fezes com o protozoário podem contaminar água, verduras, legumes e outros animais consumidos como parte da alimentação humana, como bois e porcos (veja abaixo como se prevenir).

Nesta quarta-feira, 20, o secretário estadual da Saúde, Francisco Paz, afirmou que desde janeiro, quando foram registrados os primeiros casos, até o momento, há queda nos registros. Conforme o secretário, o pico da doença foi entre março e abril. A água tratada pela Corsan e fornecida à população foi testada na Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, e o resultado foi negativo para a presença do protozoário.

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O Ministério Público Federal (MPF) de Santa Maria chegou a ajuizar uma ação civil pública pedindo que a União forneça os medicamentos para o tratamento da doença e mantenha o estoque disponível. A ação é de autoria da procuradora Tatiana Dornelles. Na última segunda-feira, 18, o coordenador geral de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Renato Vieira Alves, informou durante coletiva de imprensa que o Ministério da Saúde já abriu licitação para a compra dos remédios. Enquanto isso, a medicação será fornecida por município e estado.

“O fato de não termos o foco de contaminação especificado, faz com que nós sigamos realizando a fiscalização de diferentes tipos de comércio e de hábitos alimentares, por exemplo. Também é muito importante que as pessoas sigam realizando as medidas de prevenção até que tenhamos dados mais conclusivos”, disse o superintendente da Vigilância em Saúde do Município, Alexandre Streb, na coletiva.

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A população pode prevenir a doença, conforme orientação do CEVS, evitando alimentos crus, lavando legumes e verduras, lavar bem as mãos, evitar contato com fezes de gatos, por exemplo. Veja a lista completa de orientações divulgada na nota técnica do CEVS:

– evite comer alimentos crus; não prove a carne crua durante a preparação; coma verduras e legumes sempre bem lavados;

– congele a carne por 3 dias, a 15º negativos;

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– lave bem as mãos após manipular carnes cruas e antes de comer; se estiver gestante, procure usar luvas;

– evite contato com fezes dos gatos ou lave bem as mãos após isso ocorrer;

– mantenha seu gato bem alimentado para que ele não precise caçar para comer; nunca lhe dê carne crua; evite que ele ande pelas ruas. Se não for possível, ponha um pequeno chocalho no pescoço no animal para que ele não consiga “caçar”;

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– a caixa de dejetos dos gatos deve ser renovada a cada 3 dias e colocada ao sol com frequência;

– os cães também podem transmitir toxoplasmose ao sujarem o pelo no solo onde haja fezes de gato;

– evite acariciar cães que andem soltos;

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– controle ratos e insetos como moscas, baratas e formigas, descartando corretamente o lixo doméstico e os dejetos das criações de animais;

– lave bem as mãos e as unhas após trabalhar na terra (horta ou jardim). Gestantes devem evitar essa atividade ou utilizar luvas;

– a água pode ser contaminada por fezes de gatos. Mantenha os reservatórios bem fechados e se a água não for tratada, deve ser fervida antes do consumo.

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