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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre
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Casal octogenário planta e colhe uvas para suco de multinacional

Benino e Amélia Corbelinni descendem de italianos que migraram em busca de vida melhor; hoje, vendem produção para a maior fabricante de bebidas do mundo

Por Paula Sperb
Atualizado em 19 jul 2018, 18h27 - Publicado em 17 jul 2018, 14h08

No final do século XIX, enfrentar a travessia do oceano Atlântico em condições precárias dos navios para desbravar outro continente era a única alternativa para muitas famílias em busca de uma vida melhor. Eles deixavam a Itália em busca de terra, trabalho e alimento no Brasil.

No Rio Grande do Sul, os antepassados de Benino Corbelinni, de 81 anos, e de sua esposa Amélia Corbelinni, de 82 anos, iniciaram a tradição do plantio da uva como alternativa econômica. Atualmente, a família dá continuidade ao legado dos imigrantes.

“A propaganda era que na América, cada família teria sua própria área de terra e uma ótima qualidade de vida. Mas quando chegaram aqui, encontraram apenas mata nativa, tendo que enfrentar muitas dificuldades, inclusive ficar sem comida”, disse o neto do casal, Milan Corbellini, de 26 anos, a VEJA. Milan faz parte da terceira geração da família e trabalha com os avós, em Garibaldi, na localidade de São Antônio do Araripe.

Desde os onze anos, Benino trabalha como agricultor. Na infância, chegou a passar fome. Por isso, sequer cogitava que no futuro conseguiria vender toda sua produção de uvas para a maior produtora de bebidas do mundo, a Coca-Cola. As uvas plantadas e colhidas pela família são transformadas em suco feito 100% com as frutas e comercializadas em garrafas de vidro de 1,5 litro, como fazem as tradicionais vinícolas da serra gaúcha, sob o rótulo Del Valle 100% Origens. A Coca-Cola FEMSA agora compra dos Coberllini cerca de 300 toneladas de uva. Em 2017, a safra rendeu 370 toneladas à família.

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“Eles dizem que nunca imaginariam que isso iria acontecer. No início das atividades agrícolas, produziam apenas produtos para subsistência e uma pequena quantidade de uva que era comercializada e consumida apenas no município em que residiam”, explica Milan, técnico em Agropecuária.

Mesmo octogenário, o casal continua trabalhando. Eles acordam às 6h e, às 7h, já estão a postos nos parreirais onde trabalham até o meio-dia. Depois do almoço, o trabalho é retomado e segue até o anoitecer, se o clima for favorável.

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“Acredito que o fato de uma empresa comprar toda a produção da propriedade é muito importante, pois os produtores acabam tendo mais confiança e são motivados a cultivar e ampliar a produção”, explica Milan.

Diferentemente dos avós que aprenderam as técnicas de produção de uva com os antepassados, Milan tem formação técnica na área. Por isso, vê no estudo a oportunidade de adquirir conhecimentos e aplicá-lo na propriedade. “No momento estou testando a produção das mudas de videira para serem implantadas na propriedade, sendo desnecessária a compra das mesmas”, exemplifica.

Além da uva da serra gaúcha, a Coca está comprando maçãs produzidas em Vacaria, cidade gaúcha da região conhecida como “campos de cima da serra”. “Buscamos reforçar o nosso compromisso com a matéria-prima de nossos produtos, resultando em uma bebida única e diferenciada”, explica Guilherme Magri, gerente de categorias da Coca-Cola FEMSA Brasil.

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A Coca-Cola FEMSA possui, ao todo, 63 fábricas e 327 centros de distribuição e está presente em 2,8 milhões de pontos de vendas. No Brasil, a companhia conta com 20.000 funcionários e atende 88 milhões de consumidores.

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