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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre
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Brigada Militar do RS tem primeira mulher coronel em 180 anos

Com 32 anos de serviço, Ana Maria Hass, de 55 anos, pertence a primeira turma feminina de oficiais da polícia do Rio Grande do Sul

Por Paula Sperb
Atualizado em 8 mar 2018, 18h15 - Publicado em 8 mar 2018, 18h12

Em 180 anos de história a Brigada Militar, a PM gaúcha, tem a primeira mulher promovida ao posto mais alto da sua hierarquia. Ana Maria Hass, de 55 anos, é a única coronel da instituição que conta com outras 2.500 mulheres em diferentes postos – o efetivo total é de cerca de 20.000 policiais. Ela está à frente do Comando de Órgãos Especiais (que chefia batalhões, supervisiona forças-tarefas em presídios e cuida do setor de aviação), em Porto Alegre. Com a promoção, Ana irá para Santo Ângelo liderar o Comando Regional das Missões, que abrange também as cidades de Ijuí e São Luiz Gonzaga, na fronteira com a Argentina.

“A gente sabia da responsabilidade. Dependia do nosso sucesso a continuidade das mulheres na Brigada Militar. Mas, se isso ocorreu, é porque a representatividade teve eco na instituição”, relembra a coronel sobre a sua turma de mulheres, que ingressou em 1986.

Foto da primeira turma de oficiais da Brigada Militar, em 1986. Na época, Ana (a terceira da esquerda para a direita) era tenente (Arquivo Pessoal/Reprodução)

Naquela época, para serem aprovadas para a turma de oficiais, as mulheres precisavam ter ensino superior completo. Dos homens, não era exigida a faculdade. Atualmente, ambos sexos precisam ter concluído o curso de direito para a carreira de oficial. Além disso, também não existem mais turmas específicas de mulheres e não há cotas nos concursos. “Se entrar mais mulheres do que homens, é assim que fica”, explica.

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Se atualmente a instituição recebe mulheres com naturalidade, nem sempre foi assim. “No nosso primeiro alojamento, não tinha um local para estendermos as roupas íntimas. Não queríamos pendurar junto com as roupas masculinas no varal externo. Chegaram a falar que deveríamos usar cuecas. Mas isso não prosperou. A corporação queria nos acolher e instalou um varal no banheiro”, conta Ana.

Arquivo Pessoal
Ana desfila com as colegas de turma, em Porto Alegre, em 1987 (Reprodução)

Ela conta que no início, alguns homens criticavam a presença das mulheres. “Questionavam nossa capacidade. Depois de formadas, no início, o reconhecimento era menor. Se solucionasse uma ocorrência, o homem tinha mais destaque do que a mulher. Minha turma de mulheres combateu isso criando uma filosofia própria de trabalhar de igual para igual, de ter postura e se impor. É óbvio que a nossa força física é menor do que os homens. Mas tínhamos técnica, tínhamos inteligência. Queríamos representar as mulheres, trabalhando na rua, no policiamento”, relembra a coronel.

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Ana recebe flores em cerimônia da Brigada Militar (Arquivo Pessoal/Reprodução)

Com 32 anos de profissão, ela não cogitava chegar ao posto de coronel porque, inicialmente, as mulheres poderiam alcançar o grau máximo de capitão. Por isso, agora espera servir de estímulo para outras mulheres.

“Sempre fui respeitada pelos praças e nunca tive nenhum caso de insubordinação por ser mulher. Defendo o trabalho lado a lado porque juntos somos melhores”, disse.

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