Para Bolsonaro, basta vacinar 1
Se vacinar 1 único brasileiro antes de João Doria, o presidente poderá proclamar vitória
O mundo vacinou até agora mais de 13 milhões de pessoas, o equivalente a cerca de 6% da população brasileira.
Além da imunidade contra a Covid-19, esses felizardos têm duas características em comum: 1) nenhum deles virou jacaré, e 2) nenhum deles mora no Brasil.
Enquanto o mundo vacina, nosso ministro da Insalubridade, o general Eduardo Pazuello, participa de uma corrida maluca para iniciar a imunização federal o quanto antes. Segundo diz, começará a vacinar ainda em janeiro. Como não existe vacina disponível — ou sequer aprovada — no Brasil, nem seringa nem agulha, ignora-se como pretende fazê-lo, mas microfone é como papel: aceita qualquer coisa.
Não que Pazuello ou Bolsonaro estejam especialmente interessados em imunizar a população. Se estivessem, Pazuello não estranharia “tanta angústia, tanta ansiedade” de quem pede vacina e Bolsonaro não faria a campanha diária que faz contra a vacina. Se estivessem, teriam feito um mínimo de planejamento.
Não, Bolsonaro e Pazuello estão interessados apenas em vencer a corrida (que enxergam como o caminho para 2022) que disputam com João Doria. E, para vencê-la, não é preciso vacinar a população: basta vacinar um único brasileiro antes que o governador de São Paulo o faça.
Um único brasileiro vacinado é o que basta para cantar vitória e fazer estardalhaço nas redes bolsonaristas.