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O Rio de Janeiro não é um poema

O Rio precisa de um J. Pinto Fernandes.

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 set 2020, 15h14 - Publicado em 12 set 2020, 15h15

“Quadrilha”
Carlos Drummond de Andrade

“João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história”


 

Wilson Witzel era amigo de fé, irmão, camarada, de Jair Bolsonaro e deve sua eleição para o governo do estado do Rio ao apoio de Flávio Bolsonaro. Postulante a presidente, Witzel e Bolsonaro romperam.

Witzel foi afastado do governo pelo STJ em uma investigação do Ministério Público Federal que também tem como alvos o vice-governador Claudio Castro e o seguinte na linha de sucessão, o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano.

No lugar de Witzel, assumiu o vice-governador Castro, que manteve o secretariado, incluindo o secretário de Educação, Pedro Fernandes.

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Fernandes foi preso por desvio de dinheiro da fundação assistencial Leão XIII, ocorrido quando era secretário de Ciência e Tecnologia dos ex-governadores Cabral e Pezão, ambos presos em operações passadas.

Cristiane Brasil, secretária de Envelhecimento Saudável do município quando era prefeito Eduardo Paes, foi presa como cúmplice de Fernandes. Até então candidata a candidata a vice-prefeita em coligação com o PSL, Cristiane é filha de Roberto Jefferson, preso no mensalão, chefe da tropa de choque de Collor e atual integrante da tropa de choque de Jair Bolsonaro.

João Marcos Mattos, na época diretor financeiro da fundação Leão XIII, foi também preso. Quem costumava indicar os diretores na fundação Leão XIII era o deputado estadual Marcio Pacheco, réu no inquérito das rachadinhas, que investiga, entre outros, Queiroz, Flavio Bolsonaro (então deputado estadual) e o presidente da Assembleia, André Ceciliano. O chefe de gabinete de Pacheco na época era Claudio Castro.

Castro abandonou a chefia de gabinete de Pacheco para ser candidato, vitorioso, à Câmara dos Vereadores. O empresário Bruno Selem, cuja delação levou à prisão de Pedro Fernandes, afirma que, quando vereador, Castro recebia propina.

Foi também como vereador que Castro se entrosou com Carlos Bolsonaro, hoje investigado por desvio de dinheiro empregando, como funcionários fantasmas, os parentes da segunda mulher de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle . Antes de (não) trabalhar no gabinete de Carlos, a família de Ana Cristina (não) trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro.

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Castro abandonou o mandato de vereador para ser candidato a vice-governador e se elegeu tendo Wilson Witzel na cabeça da chapa. Em novembro (se ainda estiver no cargo), Claudio Castro nomeará o novo Procurador-Geral do Estado. É de se esperar que o vice-governador nomeie alguém que cuide com carinho da investigação da delação de Bruno Salem, que incrimina o vice-governador.

Mas o vice-governador não tem nenhuma influência no Ministério Público Federal, que o investiga junto com Witzel e Ceciliano. Mas Jair Bolsonaro tem. E gostaria de ter alguém no Ministério Público do Rio que cuidasse com carinho das investigações que têm como alvos seus filhos Flávio e Carlos. E, como se sabe, uma mão lava a outra.

O Rio de Janeiro precisa de um J. Pinto Fernandes.

(Nota. Após a publicação do texto acima, o deputado Marcio Pacheco me ligou para negar que fizesse indicações na Fundação Leão XIII, até porque estava na oposição na época.)

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