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Bolsonaro fala, fala…e não convence.

As panelas cantaram como se não houvesse amanhã para Jair Bolsonaro.

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 abr 2020, 22h56 - Publicado em 24 abr 2020, 18h53

Bolsonaro se sentiu tão fraco que achou que precisava levar o ministério inteiro. Guedes, o mais inteligente, foi de máscara, impedindo que adivinhassem o que pensava, mas foi sem gravata nem sapatos (!), o que deve ser uma espécie de protesto.

Tereza Cristina estava tão constrangida que ficou fora do tapete, tão longe de Braga Netto, que entre um e outro cabia uma pessoa inteira. Rogério Marinho fazia o que podia para se esconder. Roberto Campos parecia furioso de estar ali, dando escada para um presidente indigno. Nelson Teich estava em seu estado catatônico normal, a esta altura já conhecido dos brasileiros.

Ninguém estava feliz ali. Exceto uma pessoa. Destoando de todos, fazendo força para não rir, estava Hamilton Mourão.

Jair Bolsonaro falou de tudo.

Falou dos cartões de crédito da Presidência. Do aquecimento da piscina olímpica. Dos Taxistas, do InMetro. Do Adélio, da Marielle, do porteiro do caso Marielle. E do Jair Renan, o Zero Quatro. E da filha do Ronnie Lessa, que foi namorada do 04, mas parece que não foi namorada do 04, não, que o 04, aliás, é um garanhão que pegou metade do condomínio, e que nem se se lembra da filha do Ronnie Lessa, e que, pelo jeito, o negócio é assim hoje em dia, vejam só.

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Falou que parece que não sei quando chamou uma mulher de gorda, mas que nem lembra, e que a mãe da Michelle, falsificou, sim, a carteira de identidade, mas que que tem, né?, não tem nada demais a pessoa querer ser parecer mais jovem, e a imprensa deveria procurar coisas mais importantes para  noticiar.

Falou do Weintraub, que, aliás, não estava lá (ou, se estava, se escondeu bem, porque não dava pra ver), mas o que é importante é o trabalho que ele está fazendo nas universidades, dominadas por décadas de ideologia de extrema esquerda. Falou da “prova do Pisa”. E do Queiroz, e do cheque do Queiroz. Até da própria evacuação falou.

Sobre Moro, disse que tem um ego enorme e que não está do lado do Brasil. E acusou o ex-ministro de aceitar qualquer coisa desde que fosse indicado para ministro do Supremo — por que não demitiu imediatamente ministro tão venal, não esclareceu.

Mas e de Valeixo, o que disse? Disse que o presidente tem o direito de substituir o diretor da Polícia Federal. Que é prerrogativa exclusiva do presidente da República substituir o diretor da Polícia Federal. E tem mais: é prerrogativa exclusiva do presidente da República substituir o diretor da Polícia Federal.

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Mas apresentou algum motivo para querer exercer sua prerrogativa? Não.

E disse que nunca interferiu na Polícia Federal, mas mandou a PF interrogar Ronnie Lessa, suposto assassino em uma investigação na qual Bolsonaro tem interesse direto, já que seu filho 02 é um dos investigados. E se isso não é uma confissão de interferência espúria num órgão de Estado, ninguém sabe o que é.

Do pronunciamento de hoje, restam três conclusões: 1) Bolsonaro não diz coisa com coisa, o que não é novidade; 2) Bolsonaro não tem a mais vaga ideia do que seja o Estado de Direito, o que não é novidade; 3) Bolsonaro é culpado de crime de responsabilidade por interferir de maneira espúria em órgão de Estado.

As panelas cantaram como se não houvesse amanhã. Como se não houvesse amanhã para Jair Bolsonaro.

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