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Racismo nos EUA: a ruptura de Trump e as lições de Obama e Reagan

Na eleição do democrata, em 2008, VEJA observava que o conflito racial é parte inseparável da história americana

Por Da redação
18 ago 2017, 23h49

Reportagem desta semana de VEJA, intitulada ‘Um presidente incendiário’, mostra como Donald Trump, ao acolher os supremacistas brancos e relativizar suas ações, expôs a chaga do racismo nos Estados Unidos. “Trump rompeu com uma tradição e, com isso, abriu uma ferida explosiva. Ocupantes da Casa Branca, republicanos e democratas, sempre condenaram a intolerância. Em 1981, o presidente Ronald Reagan, republicano como Trump, num discurso célebre, mandou uma mensagem direta aos racistas. ‘Vocês não estão no mesmo passo da nossa sociedade. Vocês querem violar o significado do sonho que é a América.’ O democrata Barack Obama, filho de mãe branca do Kansas e pai negro do Quênia, foi eleito em 2008 sem usar a ‘carta racial’. Sua visão era a de um país pós-racial, em que a convivência suplantaria as disputas sobre a cor da pele. No sábado 12, Obama, reforçando sua posição histórica, publicou no Twitter trechos de uma frase do sul-africano Nelson Mandela: ‘Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem ou sua religião. Para odiarem, as pessoas precisam aprender, e, se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar’. Foi um sucesso estrondoso. A mensagem foi curtida 4 milhões de vezes, um recorde histórico nessa rede social.”

O tuíte de Obama:

O discurso de Reagan (sem legenda):

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https://www.youtube.com/watch?v=_7BTySH56v4′

Em 2008, edição especial de VEJA sobre a vitória de Obama advertia que o conflito racial é parte inseparável da história americana. “A escravidão, que começou junto com o nascimento da velha colônia inglesa, é um sinônimo de dor para negros e tormento moral para brancos”, dizia a reportagem de capa. “A eleição de Obama pode amenizar esses sintomas, mas ninguém acordou no dia seguinte à sua vitória menos racista do que era no dia anterior. Sua escolha para presidente não marca o fim do racismo individual, que pode estar oculto na alma de muitos brancos, mas é um marco de igualdade racial entre negros e brancos no convívio social, que é o que importa. De certo modo, impõe aos negros americanos um novo desafio – deixar de atribuir ao passado escravocrata e segregacionista todas as misérias do presente. Mas é um bom desafio.”

Reportagem daquela edição, de 12 de novembro de 2008, intitulada ‘Obama, a resposta’, mostrou que a vitória do democrata reafirmava o poder americano de renovar o país e surpreender o mundo. “A eleição de Obama, que ganhou 53% dos votos populares, contra 46% de seu adversário, John McCain, é excepcional pela energia que deflagrou, pelo entusiasmo que despertou nos Estados Unidos, de Nova York a Los Angeles, de Chicago a Miami, pela vibração desencadeada no mundo todo. E, claro, pela cor, pela cor de sua pele, a de uma minoria negra em um país criado e governado por brancos, que nunca se sentiu totalmente confortável com a presença dos descendentes de escravos trazidos à força para o trabalho braçal da lavoura no sul do país. A convivência foi dolorosa para os negros e moralmente destrutiva para os brancos”, dizia o texto. Ao contrário, os EUA de Trump, hoje, servem de exemplo do que não deve ser feito.

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Em 2008, VEJA narrou também a reação ao anúncio da vitória de Obama de Juanita Abernathy, viúva de Ralph Abernathy, o reverendo que nos anos 50 e 60 era unha e carne com o pastor Martin Luther King, herói da luta dos negros por igualdade nos EUA. “Na noite de terça-feira, ela reuniu velhos amigos na sua casa em Atlanta para assistir à contagem dos votos da eleição presidencial. Louça de festa, prataria polida, comida caseira. Quando, pouco depois das 11 da noite, surgiu na tela da TV uma imponente legenda informando ‘Barack Obama eleito presidente dos EUA’, Juanita vibrou e pulou, conforme o relato publicado pelo The Atlanta Journal-Constitution. ‘Meu presidente! Meu presidente!’, dizia. ‘Já dá para ver as menininhas dele correndo e brincando pela Casa Branca!’ Mas, logo depois do entusiasmo, Juanita não conteve a emoção. Caiu na poltrona e chorou: ‘Vocês não entendem, não entendem… Como sofremos. Oh, Senhor! Oh, Senhor! Que preço pagamos por isso!’.”

A mesma edição listava, antes de Obama, treze negros que derrubaram as barreiras de acesso à escola, aos esportes e às artes – e, por último, a barreira de acesso ao poder. Confira:

1837 – James McCune Smith foi o primeiro negro a formar-se em medicina
1901 – Booker T. Washington foi o primeiro negro a jantar na Casa Branca. O anfitrião era Theodore Roosevelt
1924 – Roland Hayes, estrela da ópera, foi o primeiro negro a se apresentar no Carnegie Hall, em Nova York
1933 – Etta Moten foi a primeira negra a aprentar-se na Casa Branca. O presidente era Herbert Hoover
1940 – Hattie McDaniel foi a primeira negra a ganhar o Oscar. Ela foi atriz coadjuvante em E o Vento Levou…
1967 – Thurgood Marshall foi o primeiro negro a tomar posse como juiz da Suprema Corte
1977 – Patricia Roberts Harris foi a primeira negra a se tornar ministra. O presidente era Jimmy Carter
1983 – Guion Bluford foi o primeiro astronauta negro a fazer um vôo espacial
1997 – Tiger Woods foi o primeiro negro a ser campeão de golfe
2001 – Colin Powell foi o primeiro negro a assumir o cargo de secretário de Estado nos EUA
2002 – Halle Berry e Denzel Washington ganharam o Oscar de melhor atriz e melhor ator
2005 – Condoleezza Rice foi a primeira negra a assumir o cargo de secretária de estado

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