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O brincalhão Hawking adorava viajar e parecia um ‘santo’

Na edição de 15 de junho de 1988, VEJA mesclou conceitos intrincados da ciência com informações pessoais do físico britânico

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h32 - Publicado em 14 mar 2018, 17h16

Há 30 anos, o gênio britânico Stephen Hawking foi capa de VEJA. Na edição 1.032 da revista, de 15 de junho de 1988, o cientista era apresentado como um revolucionário que tinha a coragem de pensar o impensável, da teoria dos buracos negros a conclusões como a de que “tudo que é observado existe desde sempre: nunca foi criado e nunca será destruído”, ou “o tempo real não existe, um milionésimo de segundo e 40 bilhões de anos são a mesma coisa se não há um observador contando o tempo que passa”.

Defesas científicas de tanto tempo atrás já evoluíram, regrediram, mudaram ou foram descartadas. Por isso, o mais interessante na edição foi a apresentação do lado pessoal e as angústias do então físico de 46 anos. “Não abomino o conceito da divindade. Estou apenas tentando descobrir se há uma lei natural superior, a partir da qual todas as outras derivaram. Acho que posso responder isso algum dia — acreditando ou não em Deus”, era uma de suas frases na reportagem.

O cientista focado e vítima da esclerose lateral amiotrófica (ELA) desde os 21 anos era também caseiro e grato às pessoas que o cercavam, principalmente a sua mulher, Jane Beryl Hawking, com quem teve três filhos e viveu por 25 anos. “Se hoje sei alguma coisa devo isso a Jane, pois me apaixonei por ela. Se estava disposto a me casar, teria de tirar logo meu PhD. Para isso era preciso dedicar-me com afinco aos livros. Foi o que fiz.”

Vivia em torno de livros, mas a leitura não era nem de longe sua única diversão. “As viagens são o maior passatempo da família. Os Hawking já foram mais de trinta veze aos Estados Unidos, uma dezena de vezes a Moscou. A família conhece a Grande Muralha da China e as florestas tropicais da África.”

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Um amigo próximo da família afirmou, em entrevista à reportagem, que o cientista nem sempre falava sobre física. Também não perdia o humor. “Hawking foi visto numa discoteca de Chicago tentando acompanhar o ritmo da música com movimentos compassados de sua cadeira de rodas. Num restaurante, ele faz questão de sentir o aroma do vinho antes que ele seja servido. Costuma comentar: “Muito bom”, num gesto irônico e elegante, pois, desde que sofreu uma traqueostomia de emergência em 1985 — para salvá-lo de um processo de sufocação por crises de pneumonia —, Hawking não distingue mais os aromas.”

O texto, saboroso, mesclava conceitos intrincados de ciência com informações pessoais. “O cientista pesa pouco mais de 50 quilos, distribuídos parcialmente sobre sua estrutura frágil”, era uma delas. “Uma de suas enfermeiras, Amarjit Chohan, disse à revista Time perceber algo de santo no físico. ‘Ele tem uma aurla em torno dele, uma atmosfera espiritual. Ele vai acabar como um santo’, outra.

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A reverência ao mais pop dos cientistas modernos é clara em todo o texto, assim como a tentativa de colocá-lo no panteão dos maiores nomes da ciência. Leia mais um trecho:

“Hawking prefere ser visto como o herdeiro de uma estirpe de cientistas que lutou pela valorização do método científico, pela busca da realidade objetiva e contra os preconceitos e modismos culturas e sua época. Daí sua admiração incontida por Galileu, Newton e Einstein, de quem traça retratos intelctuais no final de Uma Breve História do Tempo. Em Galileu, ele elogia a virtude de ter sido o primeiro cientista a fazer dos olhos um instrumento de pesquisa. Com uma luneta que aumentava 33 vezes os objetos, Galileu conseguiu distinguir pela primeira vez os anéis de Saturno. “Newton iniciou a tradição de traduzir a natureza através da linguagem matemática”, diz ele. “Einstein foi o físico mais refinado de todos os tempos”, completa. Coube a Newton mostrar pela primeira vez que a força fazia as maçãs despencarem das árvores na cabeça de cientistas tinha a mesma natureza da que mantinha os planetas orbitando em torno do Sol. Einstein previu que deveriam existir no universo zonas de violentas dobras provocadas por campos de gravidade poderosos, as chamadas lentes gravitacionais.”

 

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