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Vale a pena ler de novo o que saiu nas páginas de VEJA em quase cinco décadas de história
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Hefner disse a VEJA que suas 6 amantes não podiam ter namorados

Em entrevista publicada em 2004, criador da Playboy se definiu como romântico e estimou ter levado para a cama, até então, mais de duas mil mulheres

Por Da redação
Atualizado em 28 set 2017, 14h48 - Publicado em 28 set 2017, 14h33

Em janeiro de 2004, Hugh Hefner, ícone da revolução sexual dos anos 60 e  morto nessa quarta-feira, 27, deu entrevista exclusiva às páginas amarelas de VEJA. O excêntrico criador da revista Playboy falou sobre  amantes, festas, saúde, pornografia e confirmou a estimativa de já ter levado para a cama (até então) mais de duas mil mulheres. Na época com 77 anos, o milionário fez também a defesa dos remédios para impotência. “A pílula liberou a mulher para o sexo e o Viagra liberou o homem. No meu caso, com seis namoradas, é um recurso bem valioso”, afirmou.

Edição 1.836, de 14 de janeiro de 2004 (Reprodução/VEJA)

Hefner ainda elogiou as mulheres brasileiras e se definiu como um romântico. “Acredito em casamento, acredito em criar filhos dentro de uma família, mas também acredito que é possível levar uma vida de solteiro, com namoradas e toda a liberdade. Nesse aspecto, minha crença básica é: há muitos caminhos para Meca.” O dono de Playboy contou ainda que se casou duas vezes, mas abriu mão desse estilo de vida. “Eu apostei duas vezes no casamento. O último durou dez anos e fui totalmente fiel (…) Estou muito mais feliz hoje. Os últimos anos têm sido os mais felizes de minha vida.”

Leia alguns trechos da entrevista:

HARÉM

VEJA — É verdade que o senhor já levou mais de 2.000 mulheres para a cama?

Hefner — Eu nunca fiz a conta, mas imagino que deva ficar em torno desse número. Gosto de deixar claro que sempre enfatizei qualidade e não quantidade em meus relacionamentos.

VEJA — Como é ter seis namoradas ao mesmo tempo, todas muito mais jovens que o senhor?

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Hefner — É muito bom.

VEJA — Elas não têm ciúme umas das outras?

Hefner — Não há ciúme. É um tipo de relacionamento simples e muito jovial. É como os outros relacionamentos que sempre tive. Na maioria das vezes fico com uma de cada vez, e, de forma geral, tudo funciona muito bem.

 

VEJA — Como o senhor reagiria se uma de suas namoradas dissesse que gostaria de ter um segundo namorado?

Hefner — Eu já namorei garotas que ao mesmo tempo namoravam outros homens. Hoje prefiro que elas namorem apenas comigo. Esse tipo de relação aberta, na qual se namora uma pessoa que tem outro namorado, não me interessa mais. E, depois, teríamos um problema prático com isso. Minhas namoradas moram todas comigo na Mansão Playboy, e nós passamos muito tempo juntos. Não há espaço para outros namorados. Fazemos todo tipo de coisa juntos. No Natal, por exemplo, fizemos biscoitos para um orfanato e depois fomos ver um filme natalino na televisão.

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VEJA — É como se o senhor tivesse um harém?

Hefner — É mais ou menos isso. Mas acho que minhas garotas são muito mais felizes que as dos haréns.

 

REMÉDIO PARA IMPOTÊNCIA

VEJA — O senhor foi um dos primeiros homens famosos a fazer propaganda do Viagra, o remédio para a impotência sexual. O senhor o usa regularmente?

Hefner — O Viagra é como a pílula anticoncepcional, uma conquista para a sexualidade. A pílula liberou a mulher para o sexo e o Viagra liberou o homem. No meu caso, com seis namoradas, é um recurso bem valioso.

 

VEJA — Há quanto tempo o senhor usa esse remédio?

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Hefner — Desde que saiu nos Estados Unidos, em 1998. Eu me lembro muito bem porque foi na época do meu aniversário. Meu médico receitou os comprimidos no fim de semana da festa. Foi o melhor aniversário de minha vida.

 

‘A VIDA É CURTA’

VEJA — O senhor teve um derrame nos anos 80. Isso influenciou sua maneira de encarar a vida?

Hefner — O fato de eu ter sobrevivido mudou toda a minha vida. Comecei a me cuidar melhor. Desde então, é como se alguém constantemente me desse um tapinha no ombro me lembrando que a vida é curta e que não é apenas trabalho. É preciso ter diversão também.

 

VEJA — Uma de suas namoradas contou que faz regularmente teste de Aids e doenças sexualmente transmissíveis. O senhor também faz esses exames?

Hefner — Sim, eu faço. Eu sou cuidadoso com meu corpo. Saúde é fundamental.

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CONSERVADORISMO

VEJA — Como o senhor definiria esses primeiros anos do século XXI sob o ponto de vista da liberdade sexual?

Hefner — Acho que vivemos numa época em que o conservadorismo de alguns aspectos se mistura com o liberalismo de outros. Do ponto de vista político, vivemos num período bastante conservador, mas as pessoas são bem liberais no aspecto social e sexual. Nos últimos anos surgiu uma geração que é muito mais ativa sexualmente e muito mais liberada que a anterior. É um avanço grande. Nos anos 80 e no início da década de 90 as pessoas eram muito mais conservadoras no aspecto da sexualidade.

 

VEJA — O senhor acredita que é possível uma retomada de valores morais mais conservadores?

Hefner — Os anos 80 foram terríveis nos Estados Unidos. Vínhamos de um período de grande liberdade, que começou na segunda metade dos anos 60 e tomou toda a década de 70. Há um conflito contínuo na sociedade americana entre valores conservadores e liberais, particularmente no que diz respeito a sexo. Mas acho muito difícil voltar aos valores conservadores do passado. A maior razão para isso é a evolução tecnológica dos últimos anos. A internet, a comunicação de massa permitiram um acesso fenomenal a imagens de todo tipo e principalmente da sexualidade. É muito difícil, se não impossível, reverter tudo isso.

 

PORNOGRAFIA

VEJA — Esse tipo de liberação não leva a extremos como o excesso de pornografia na internet?

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Hefner — A democracia e mesmo a liberdade são coisas perigosas. Elas exigem que as pessoas façam escolhas, e isso inclui excessos, mas acho que é a melhor maneira que se tem para viver a vida. A comunicação e a habilidade para conseguir mais informações são uma experiência libertadora.

 

VEJA — O senhor não acha que a pornografia ultrapassou os limites do aceitável, com tantos sites de sexo e a exibição indiscriminada de cenas sensuais na televisão e no cinema?

Hefner — É claro que há excessos. Mas ainda penso que é importante compreender que esse é um preço a ser pago pela liberdade. É um preço pequeno. Sacrificar tudo o que conquistamos em nome desse tipo de problema é impensável. É óbvio que acredito que as crianças devem ser protegidas ao máximo e defendo que todo tipo de abuso de que elas possam ser vítimas tem de ser coibido e reprimido. Entre adultos, contudo, acho que a comunicação deve ser absolutamente livre, seja na internet, seja na televisão.

 

VEJA — O senhor acha que vivemos uma época de vulgarização da sensualidade?

Hefner — As coisas estão muito escancaradas hoje, tanto o sexo quanto tudo o mais. O bombardeio de imagens e todo tipo de informação sobre a vida das celebridades tende a suprimir a aura que em outros tempos existiu em torno delas. Esse é o resultado de um processo que por um lado banaliza as coisas, mas por outro permite ganhos enormes em termos de liberdade individual. Nesse processo houve perdas e ganhos. A vida é assim.

Leia a entrevista na íntegra.

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