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A rotina de beleza das supermodelos dos anos 1980

Aos 20 anos, Luiza Brunet estampou capa de VEJA sobre as mulheres brasileiras mais bem sucedidas nas passarelas e estúdios

Por Daniel Jelin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 21h45 - Publicado em 25 set 2016, 11h55
VEJA de 9 de junho de 1982
VEJA de 9 de junho de 1982

No alvorecer da era das supermodelos, VEJA retratou as mulheres brasileiras mais bem-sucedidas nas passarelas e estúdios. Na capa, a jovem Luiza Brunet, no esplendor de seus 20 anos, “com 59 quilos harmoniosamente distribuídos por 1,75 metro de altura, um rosto sereno e provocante que o Brasil inteiro conhece” – e salário mensal equivalente ao dobro do então presidente, João Figueiredo, uma enormidade à época, mas uma bagatela perto dos atuais rendimentos das übermodels (o dobro do salário bruto do presidente do Brasil, hoje, é pouco menos de R$ 62 mil). “Pulsos, ombros, coxas e pernas situam-se exatamente na delicada fronteira que separa a sobra da escassez”, precisava a reportagem de 9 de junho de 1982. “Luiza Brunet, com 68 centímetros de cintura, 90 de busto e 96 de quadris, é uma modelo cheinha, que vende saúde. Nada em seu talhe faz lembrar o tipo esquálido de manequins dos anos 60″.

Para manter essas medidas, Luiza fazia academia três vezes por semana e corria no calçadão de Ipanema com o marido – o primeiro, o engenheiro Gumercindo Souza Brunet, não o empresário acusado de agredi-la, Lírio Parisotto. Doces, só de vez em quando. Refrigerante, só em festa. Sua rotina de beleza estabelecia também: dormir cedo, às 22 horas; passar soro fisiológico gelado em volta dos olhos, antes de se deitar, para evitar rugas; uma camada de cremes Nivea, Hipoglós e Arovit no rosto, para amaciar e hidratar a pele; e creme de algas da marca Clinique pela manhã, por todo o corpo. “São cuidadinhos que a mulher deve tomar, se quer ter uma boa aparência”, dizia.

Assim como Luiza, Xuxa também chegara “ao sucesso e aos bons cachês com um corpo, para sua profissão, exuberante”. As duas eram então as modelos mais bem pagas no país. VEJA observava que, mais que manequins, elas “funcionam como um vistoso produto para vender outros produtos”. Então namorada de Pelé, a futura rainha dos baixinhos fazia na TV propaganda de sutiã, pneu, café e imóveis. E em breve, com o lançamento da botinha Xuxa, viraria marca – uma das mais rentáveis e bem-sucedidas. Xuxa, que ainda não tinha estreado carreira de apresentadora, tinha então o hábito de frequentar o restaurante Natural, em Botafogo, onde almoçava legumes e verduras e tomava suco de frutas. Nada de álcool, cigarro, carne ou açúcar. Morando ainda com os pais e dois irmãos em um apartamento no Grajaú, na zona norte do Rio, Xuxa já ganhava muito – e trabalhava muito também. “Certa vez desmaiou de estafa, sofreu um corte no queixo e precisou interromper desfiles e anúncios até retirar os pontos”, dizia a reportagem.

Bruna Lombardi: 'Amo ser fotografada'
Bruna Lombardi: ‘Adoro ser fotografada’

Outras beldades perfiladas na reportagem também conseguiram transcender a carreira de modelo – e a década de 1980. É o caso de Bruna Lombardi, “o mais belo e marcante rosto já utilizado no Brasil para vender alguma coisa”. À reportagem, Bruna filosofava: “O que me fascina como modelo é a relação com a máquina fotográfica. Procuro uma emoção para transmitir, como numa relação amorosa com a objetiva que me olha. E o resultado sai depois em forma de fotografia. Adoro ser fotografada.” À época, Bruna estava no ar com a minissérie ‘Avenida Paulista’, da Globo, sob direção de Walter Avancini, com quem gravaria nos anos seguintes outros duas séries memoráveis: Grande Sertão: Veredas, no papel de Diadorim, e Memórias de um Gigolô, como a prostituta Lu.

VEJA registrava também o sucesso de modelos brasileiras nas passarelas internacionais, entre as quais a carioca Betty Lago, então com 27 anos, a mineira Débora Franco, 22, e a paulista Dalma Callado, 25. Já então uma multidão de jovens perseguia o sonho de virar modelo. VEJA informava que, embora muitas estreassem na profissão sem qualquer preparo, havia aquelas que emergiam dos cursos de modelo: Monique Evans, uma das mais requisitadas para desfiles, fizera o tradicional curso da Socila, e Ísis de Oliveira, o treinamento do Senac. “Nem todo mundo que faz curso de belas-artes é Picasso”, comparava Pina Fernandes, da Socila. “Mas Picasso fez belas-artes.”

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