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Venezuela: oposição vence nas grandes cidades. Ou: Eleições numa ditadura

Vocês lerão abaixo que, em número de prefeituras, o chavismo venceu as eleições municipais na Venezuela, mas, no número de votos, a diferença foi pequena. A oposição conquistou a maioria das grandes cidades. Os percentuais não são muito distantes do pleito que acabou elegendo Nicolás Maduro — com sinais de fraude. Se o país está […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h50 - Publicado em 9 dez 2013, 06h12

Vocês lerão abaixo que, em número de prefeituras, o chavismo venceu as eleições municipais na Venezuela, mas, no número de votos, a diferença foi pequena. A oposição conquistou a maioria das grandes cidades. Os percentuais não são muito distantes do pleito que acabou elegendo Nicolás Maduro — com sinais de fraude. Se o país está na pindaíba, por que é tão difícil derrotar o governismo?

A resposta é simples: porque a Venezuela é uma ditadura com eleições, compreendem? Isso precisa ficar claro. A oposição não tem acesso aos meios de comunicação eletrônicos. O governo monopoliza a televisão e fala sozinho. A população tem receio de se organizar para protestar contra o governo porque teme represálias. Há milícias armadas no país. Se querem saber, o desempenho da oposição nas eleições presidenciais e, agora, nas municipais chega a ser milagroso.

Não caiam na conversa de que as urnas são a evidência de que o governo não é assim tão mau… Trata-se de pistolagem intelectual. Ao contrário: num país em que falta papel higiênico e em que há 60 homicídios por 100 mil habitantes (em Caracas, perto de 100…), a persistente vitória do oficialismo é, ao contrário do que se diz, o mais evidente sinal de ruindade: assim é porque as condições de disputa são escandalosamente desiguais.

A abstenção, no entanto, foi grande. E isso também decorre do regime ditatorial. Milhões de pessoas têm medo de votar. Tudo porque, em 2004, a oposição conseguiu reunir 2,7 milhões de assinaturas para fazer o plebiscito revogatório, previsto na Constituição da Venezuela. A lista de nomes tem de ser pública. O governo Chávez usou, depois, essa lista para perseguir pessoas. Isso criou uma enorme desconfiança no país. Há o temor de que o governo tenha como identificar em quem o indivíduo votou.

Mesmo assim, nos grandes centros, em que o controle é mais difícil e se pode formar uma opinião pública longe dos olhos persecutórios do chavismo, a oposição venceu. E isso é um bom sinal..

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Leiam texto publicado na VEJA.com:
Com 97% das urnas apuradas, o resultado parcial das eleições municipais na Venezuela indica uma vitória do chavismo no número de prefeituras conquistadas. Os governistas, no entanto, viram as principais cidades do país cair nas mãos da oposição. O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do presidente Nicolás Maduro, triunfou em 196 das 335 cidades em disputa, contra apenas 53 vitórias do opositor Mesa da Unidade Democrática (MUD). Em 78 localidades, a apuração está muito equilibrada e ainda não é possível prever um vencedor. O chavismo também se saiu melhor no número total de votos, conquistando 44,16% da preferência dos eleitores, contra 40,96% do MUD.

Apesar disso, a vitória do partido de Maduro teve um gosto amargo. Derrotada nos números gerais, a oposição venezuelana pode comemorar o controle das principais cidades do país. A começar pela capital Caracas, onde Antonio Ledezma conseguiu sua reeleição para o governo metropolitano. Candidatos apoiados pelo MUD também venceram em Maracaibo (a segunda maior cidade do país), Valencia, Barquisimeto e San Cristóbal. Outra derrota significativa para o governo aconteceu na disputa pela prefeitura de Barinas, quintal político de Hugo Chávez, que teve como vencedor um candidato da oposição.

Reações
Principal líder opositor, o governador de Miranda Henrique Capriles evitou comentar os resultados das eleições e deu destaque para o baixo comparecimento dos venezuelanos no pleito: dos 19 milhões aptos a votar, apenas 58,92% foram às urnas. “Ninguém deve se sentir orgulhoso deste comparecimento. Ao contrário, ele deve ser um desafio para nós e um desafio para o governo, que desenvolveu a campanha mais agressiva e grosseira dos últimos tempos”, afirmou.

Enquanto isso, o governo venezuelano tentava afastar as análises de que a votação poderia funcionar como uma espécie de referendo sobre a administração Nicolás Maduro. “Ninguém está com o futuro político em jogo aqui. O que está em jogo é o poder nos municípios”, disse o presidente.

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