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Vejam uma história que ilustra bem certa moralidade política…

Já deveria ter comentado uma reportagem de Adriana Caitano, publicada na VEJA Online na sexta-feira. Faço-o agora, ainda que com certo atraso. É uma daquelas histórias que só acontecem em Brasília. Vocês se lembram que um funcionário da área de licitações do Ministério da Agricultura — Israel Leonardo Batista — havia acusado o então ministro, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 10h57 - Publicado em 29 ago 2011, 06h29

Já deveria ter comentado uma reportagem de Adriana Caitano, publicada na VEJA Online na sexta-feira. Faço-o agora, ainda que com certo atraso. É uma daquelas histórias que só acontecem em Brasília. Vocês se lembram que um funcionário da área de licitações do Ministério da Agricultura — Israel Leonardo Batista — havia acusado o então ministro, Wagner Rossi, de interferir diretamente na área para conceder benefícios irregulares. Rossi ficou bravo, desqualificou o acusador, disse que suspeito, sim, era Batista… Muito bem. Reproduzo um trecho da reportagem de Adriana (íntegra aqui).  Volto em seguida:
*
Após ter seu nome envolvido em uma seqüência de casos de corrupção relatados por VEJA, o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi não agüentou muito tempo no cargo e pediu as contas. Antes, porém, tentou agir para que novos casos contra ele não viessem à tona. Documento a que o site de VEJA teve acesso demonstra o esforço rápido de Rossi para trazer para perto de si um empregado que o denunciara: Israel Leonardo Batista, ex-chefe da comissão de licitação do Ministério da Agricultura.

Foi ele quem denunciou uma semana antes que Júlio Fróes, lobista, atuava clandestinamente no ministério. Na semana seguinte, Israel também apontou problemas nas licitações da pasta. Na ocasião, o ministro desmereceu a fala do ex-funcionário. Dois dias depois, fez de tudo para tê-lo de volta.

Israel Batista é funcionário de carreira da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura. Em abril, após deixar o cargo de presidente da comissão de Licitação do ministério, onde presenciou os malfeitos que levaram à queda de Rossi, ele foi cedido à Telebrás, subordinada ao Ministério das Comunicações.

No dia 13 de agosto, um sábado, a edição de VEJA com o então ministro Wagner Rossi na capa já circulava. Na reportagem, Israel Batista relatava que, durante uma reunião da Comissão de Licitação do Ministério, o representante de uma empresa denunciou que a concorrência em questão era um jogo de cartas marcadas, sob a condição de pagamento de 2 milhões de reais ao gabinete do ministro.

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No mesmo dia, Wagner Rossi divulgou uma nota no site do Ministério negando todas as acusações e destacando que Israel Leonardo Batista respondia a processo administrativo disciplinar por sua conduta na pasta. “A licitação foi anulada por erro de quem estaria fazendo as denúncias agora. Os repórteres baseiam-se na declaração de um funcionário que perdeu a função pública por uma ilegalidade cometida e admitida por ele mesmo”, criticava o então ministro.

Com o texto, Rossi deixava claro que Israel havia sido afastado e que, portanto, não era mais bem-vindo na pasta. Curiosamente, porém, o ministro voltou atrás dois dias depois. Na segunda-feira, dia 15 de agosto, assinou pessoalmente um documento enviado ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, solicitando a devolução de seu funcionário Israel Leonardo Batista, que estava emprestado para a Telebrás.
(…)
Voltei
Alguns dirão: “Pô, Wagner Rossi já era! Por que exibir isso agora?” Porque o fato — abaixo, o requerimento que pede o funcionário de volta — revela o modo como se operam as coisas em determinados ministérios. Toda aquela indignação cívica de Rossi — que se fez ouvir, inclusive, no Congresso — tinha, assim, um lado bastante “pragmático”: era melhor o acusador perto do que longe. Vai saber por que Rossi, um dos homens de Michel Temer, queria tanto um “mentiroso” de volta, né? Foi demitido antes que seu pleito fosse atendido.

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