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Vejam isto: tucanos “privatizam”; já os petistas “repassam à iniciativa privada”

Um leitor me manda os respectivos links de dois textos da Folha que apontam para algo realmente muito interessante. A síntese poderia ser esta: quando um tucano entrega para uma empresa privada um determinado serviço que está sendo exercido pelo estado, esse tucano “PRIVATIZA”. Quando um petista faz a mesma coisa, ele apenas “REPASSA PARA […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h03 - Publicado em 11 jun 2013, 23h34

Um leitor me manda os respectivos links de dois textos da Folha que apontam para algo realmente muito interessante. A síntese poderia ser esta: quando um tucano entrega para uma empresa privada um determinado serviço que está sendo exercido pelo estado, esse tucano “PRIVATIZA”. Quando um petista faz a mesma coisa, ele apenas “REPASSA PARA O SETOR PRIVADO”. Vejam estes dois títulos, com suas respectivas datas:

Como se nota, Haddad não só NÃO PRIVATIZA como, na verdade, “cede o Pacaembu à reforma e à modernização”. Mais: notem que, no caso do governador, a questão é personalizada: é Alckmin mesmo, pessoalmente, quem “privatiza”. No caso de Haddad, mesmo para “repassar para a iniciativa privada”, quem age é a “CIDADE”.  Seguem trechos dos dois textos.

Sobre a decisão de Alckmin:
“Parques que ofereçam, além de área verde, opções de lazer como arborismo e rafting, restaurantes e até lugar para se hospedar. A partir de 2012, o turismo em cachoeiras, trilhas e cavernas deve mudar nos parques do Estado de SP, quando poderá ser privatizado. Hoje, a Fundação Florestal, além de ser o órgão responsável pela gestão ambiental da maior parte das unidades de conservação (92 em todo o Estado), também tem que administrar atrações e restaurantes.”

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Sobre a decisão de Haddad:
“O estádio do Pacaembu, mais tradicional arena esportiva da cidade de São Paulo, será concedido à iniciativa privada por um prazo de até 30 anos, informou ontem o secretário municipal de Esporte, Celso Jatene (PTB). A prefeitura abrirá licitação no início do segundo semestre para reforma e administração do estádio. A pasta calcula que a empresa vencedora terá de investir cerca de R$ 350 milhões para transformar o estádio municipal, inaugurado em 1940, em uma “moderna arena multiuso”.

Retomo
“Ah, Reinaldo, é tudo a mesma coisa…” Lamento! Não é, não! O PT venceu três eleições presidenciais tendo como um dos pilares da campanha a demonização das privatizações. Quando Dilma se viu na contingência de, tardiamente, privatizar estradas (o que fez mal e porcamente) e aeroportos (vamos ver), então se inventou a falácia de que petistas não privatizam, mas “fazem concessões”.

Por incrível que pareça, a grande imprensa realmente resiste em usar o verbo “privatizar” e o substantivo “privatização” para as ações dos petistas. Se vocês lerem a reportagem sobre o Pacaembu, verão que nem mesmo aparece o agente da passiva. Diz-se que o “estádio será repassado”. Não se informa, gramaticalmente, por quem. Parece uma decisão caída do céu. O nome do prefeito só é citado para expor suas fabulosas ideias sobre o futuro do estádio.

E que fique claro: não estou apontando má-fé ou deliberado ânimo para a distorção. Essa seria, sei lá, uma questão de fundo moral — séria, sim, mas menos grave do que o mal que enxergo: de tal sorte se incorpora a visão de mundo tornada hegemônica por um partido que suas falácias, eufemismos e deformações são repetidas sem que o agente divulgador da fraude se dê conta disso. E é um mal, não custa notar, de que nenhum veículo está livre. Só aponto esse caso porque um leitor chamou a atenção para ele e é de tal sorte evidente que acaba tendo um apelo também didático.

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