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Vamos botar os pingos nos is: Adnet, Porchat, Gentili e Duvivier

Marcelo Adnet, em entrevista, usa duas vezes a palavra “petralha” em contexto impróprio. Quando um humorista trata de coisa séria, merece uma resposta igualmente séria

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 21h56 - Publicado em 6 set 2016, 05h33

Que coisa, né?

Enquanto os petralhas pintavam e bordavam nos blogs sujos, discriminando, intimidando, submetendo as pessoas a linchamentos morais, perseguindo veículos de comunicação, fartamente financiados por governos petistas (incluindo os estaduais e as prefeituras) e por empresas estatais, não se liam manifestações na imprensa contra a, como é mesmo?, “radicalização”.

Tive de fechar uma revista e uma site por causa deles. Não reclamo, não! Nunca fui tão feliz como hoje, quando tenho quatro empregos. Ser apenas um patrão é que era o inferno. NUNCA MAIS!!! Eu gosto é de ter quatro. Em breve, cinco. Eu defendo o direito de ser patrão, mas deixo isso para os outros. Ah, como é bom receber os pagamentos! Que terror era ter de fazer a folha de pagamentos, com um bando de canalhas tentando impedi-lo de trabalhar! Adiante, que já me desviei um pouco.

A VEJA desta semana traz uma reportagem sobre os novos programas dos humoristas Fábio Porchat e Marcelo Adnet, que são, a meu juízo e de muita gente, inequivocamente talentosos. Danilo Gentili, com programa já consolidado, compõe o trio. Eu o considero um tanto diferente dos outros dois. É mais informado politicamente. Não se trata de simpatia ideológica, não. Ocorre que humoristas acabam falando de política, não é? E, com alguma frequência, o fazem fora do espaço da representação ou do stand up. E aí é preciso saber o que fala.

Uma medida do desastre nessa área é Gregório Duvivier, aquele para quem os black blocs são garotos espinhentos de 12 anos. O cinegrafista Santiago Andrade e seus filhos que o digam. Mas esse, há muito tempo, deixou de ser um humorista ou ator para se tornar o protótipo do cretinismo militante. A quantidade de bobagens que é capaz de falar sobre política chega a surpreender pelo desassombro. Duvivier é do tipo que jamais terá noção do tamanho da sua ignorância. Em parte, a sua influência nas redes sociais deriva daí. Perto dele, os moleques espinhentos se sentem igualmente inteligentes. Adiante.

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Na entrevista à VEJA, Adnet emprega duas vezes a palavra “petralha” em sentido crítico — com a palavra. A primeira: “É um chamando o outro de petralha, coxinha, Rouanet”. A segunda: “Três anos atrás, Chico Buarque era um grande compositor brasileiro. Hoje é um petralha. A opinião política do Chico não me interessa. Não é por causa disso que ele deixará de ser um músico maravilhoso”.

E não é por causa de uma coisa imbecil como essa que Adnet deixará de ser um humorista bastante talentoso. Estamos diante de uma daqueles casos em que é melhor deixar a política a sério de lado. Que ele cuide do assunto nas suas paródias.

Vamos ver. Eu criei a palavra. E jamais chamei o “compositor Chico Buarque” de “petralha”. Aliás, nem eu nem ninguém. O Chico petralha é aquele que desqualifica milhões de pessoas que vão às ruas em favor do impeachment, tachando-as de golpistas. O Chico petralha é o que participou da campanha eleitoral de 2014 e acusou os governos tucanos de “falar fino” com os Estados Unidos. O Chico petralha é aquele que acusa autoritarismo de seus adversários no Brasil, mas endossa as atrocidades praticadas pelas ditaduras bolivarianas.

Eu gostaria que Adnet dissesse quando foi que a obra do compositor Chico Buarque foi destratada. Até a sua péssima literatura ganhou a aura de obra genial em razão da qualidade que lhe reconhecem na música, ora bolas! E olhem que não é difícil demonstrar que nada entende de prosa. Abra qualquer um de seus livros, ao léu, e a página encontrada trará uma batatada em que o subjetivismo exacerbado da tal “prosa poética” esconde a falta de técnica. Mas nem me perco nisso agora.

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Adnet mistura as bolas quando faz a defesa daquilo que não foi atacado. Se o cidadão Chico Buarque resolveu comprar uma briga política, é razoável que tenha uma resposta igualmente política. Se vai ao Senado no julgamento do impeachment na esperança de que a sua influência como artista interfira na opinião dos senadores — ou não era nessa condição que estava lá? —, é Chico quem mistura seus trinados com um debate que está fora do terreno estético, não os seus críticos.

É mais uma razão por que Gentili me parece mais sólido. Não fica dando uma de isentão.

Para encerrar: muito interessante a resposta que Fábio Porchat deu quando indagado se faria piada com a Igreja Universal do Reino de Deus: “Quando você está na casa de uma pessoa, não sai dizendo que ela tem um quadro horrível ou um sofá péssimo”… É, nesse caso, não! Mas é disso que se trata???

Será que a Igreja Católica precisaria contratar Porchat para que ele parasse de sacanear o catolicismo?

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É só uma pergunta. Até porque eu tinha entendido que a “casa” que o convidou era a Record, não a Universal.

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