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Um príncipe da Jordânia, Donald Trump, seus cabelos e eu

É de uma ousadia estúpida o representante de uma ditadura querer dar pitaco na eleição dos EUA

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 21h35 - Publicado em 13 out 2016, 00h11

Há coisas que são realmente do balacobaco!

Em tese, a ONU resolveu dar pitaco na eleição à Presidência dos Estados Unidos. Mas terá sido mesmo a entidade? Vamos ver.

O alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Al-Hussein, disse nesta quarta, em Genebra, na Suíça, que a vitória do republicano Donald Trump seria “perturbadora”.

Para ele, Trump será um “perigo” para o mundo se for eleito presidente dos Estados Unidos, pois suas propostas representam “violações aos direitos humanos dos mais vulneráveis”.

As declarações de Al-Hussein rompem um limite da organização, que consiste em evitar a qualquer custo comentários sobre a política interna dos países membros — desde que, claro, elas não estejam imbricadas com ações concretas que a envolvam. As declarações Al-Hussein foram concedidas em um encontro com jornalistas de vários países.

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É um despropósito? É claro que é.

Se eu fosse americano, seria, em regra, republicano. E já há muito tempo. Nas eleições vindouras, no entanto, votaria em Hillary Clinton, a mais fraca e vulnerável candidata democrata em muito tempo, para dar a minha contribuição pessoal ao esforço de evitar que Donald Trump chegasse à Casa Branca.

Quando faço graça a respeito, digo que jamais votaria em alguém que tem aquele cabelo. Mas posso saltar o muro da pilhéria com a mesma imagem: ter ou não aquele cabelo não define um caráter e uma competência. Mas só gente com determinadas características mantém aquele cabelo. Entenderam a sutileza? É preciso não ter noção de limites. É preciso não ter senso de ridículo. É preciso não ter receio de chocar.

E, bem, essas não são características exatamente adequadas à Casa Branca. Assim, meu querido leitor, cabelo não é categoria de pensamento, mas pode ser um indício importante das ideias que vão por baixo dele.

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Outro dia, recebi um texto de um teórico de esquerda fascinado por mim, às avessas. Dizia ele que me esmero na crítica a caraterísticas físicas de eventuais adversários. Errado. Parafraseando, digo que só sou prudente o bastante para levar em consideração a minha primeira impressão. Não é a última palavra. Mas é um começo. Sigamos.

Dito isso, agora quero falar do sr. Zeid Al-Hussein, um príncipe, ora vejam!, da Jordânia! A mãe é sueca. O pai dele se considera herdeiro da Casa Imperial da Síria e do Iraque… Então tá.

A Jordânia é uma monarquia absolutista — quer dizer, uma ditadura, ainda que se queria fingir de liberalizante. Ditadores e seus asseclas têm especial atração por organismos que representam direitos humanos.

É de uma ousadia estúpida da ONU o representante de uma ditadura ser o alto comissário para direitos humanos. E é uma estupidez ousada este senhor se atrever a tecer comentários sobre as eleições daquela que é a mais poderosa democracia do planeta. Sim, sim, sim, eu sei: a Jordânia é aliada na luta contra o terrorismo — lá à moda como países árabes costumam ser aliados nesses casos…

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Mas não vá o príncipe além de suas sandálias douradas dar pitaco na eleição dos EUA, mesmo quando há o risco (cada vez menor, felizmente) se se eleger alguém com aquele cabelo e com aquelas ideias por baixo dele.

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