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Um padre, um pai, duas filhas e os atos sórdidos

Vamos a um assunto difícil, já que os fáceis são fáceis — se me permitem ir ainda além da tautologia. A Igreja Católica é o assunto do momento em razão da renúncia do papa Bento XVI. Dado o contexto, vem a público uma denúncia — acompanhada de vídeo — de padre que teria abusado de […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h47 - Publicado em 26 fev 2013, 22h32

Vamos a um assunto difícil, já que os fáceis são fáceis — se me permitem ir ainda além da tautologia. A Igreja Católica é o assunto do momento em razão da renúncia do papa Bento XVI. Dado o contexto, vem a público uma denúncia — acompanhada de vídeo — de padre que teria abusado de duas menores. Reproduzo trecho do que publica VEJA.com, e aí vai um coquetel de coisas sórdidas. Vamos ver. Volto em seguida.

(…) um caso assustador é descoberto no Rio de Janeiro, na cidade de Niterói, a 13 quilômetros da capital. O padre Emilson Soares Corrêa  foi indiciado pela Polícia Civil por estupro de vulnerável. O pai de duas meninas, uma com 19 e outra com 10, afirma que o padre abusou das duas. Segundo a denúncia, Emilson tocou as partes íntimas da mais nova, quando tinha 7 anos e mantinha relações sexuais com a mais velha desde os 15 anos da jovem.

Segundo a arquidiocese de Niterói, Emilson, de 56 anos, está afastado desde outubro do ano passado. Até então, o padre era o responsável pela igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. A irmã mais velha, com quem Emilson teve relações sexuais dentro da paroquia, era coroinha da igreja. Ela foi batizada aos 13 anos pelo padre, que também foi escolhido pela família da menina como padrinho.

Ao saber do relacionamento com a filha mais velha, o pai pediu que ela filmasse a relação com Emilson. No vídeo, ao qual o jornal EXTRA teve acesso, o padre e a menina aparecem nus, com a reprodução da Santa Ceia ao fundo. De acordo com a denúncia, as imagens foram gravadas quando a menina tinha 15 anos.
(…)

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Voltei
Bem, há pouco a acrescentar sobre a moralidade do tal padre, a coisa fala por si mesma. E o pai? Então descobre que a filha, de apenas 15 anos, mantém relações sexuais com o sacerdote, e sua recomendação é para que a jovem grave o ato sexual??? O troço permanece em sigilo e vem a público quase quatro anos depois??? O padre diz que estava sendo extorquido. Vejam a lógica das coisas e tirem suas próprias conclusões.

Espero que este senhor seja banido da Igreja — acho que não há outro caminho pra ele, não? E que responda legalmente pelos seus atos, depois da devida apuração. Só uma questão para que as coisas fiquem no seu devido lugar. O padre pode se enroscar gravemente, na esfera legal, se tiver praticado “ato libidinoso” com a menor de sete anos. Quanto à outra, é bom levar em consideração o que está caracterizado como estupro de vulnerável (desde que o ato não tenha sido forçado) na Lei 12.015, a saber:

“Estupro de vulnerável
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.”

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A idade do consentimento para a prática sexual no Brasil, seja com um padre ou com um ateu, é 14 anos — desde, reitero, que haja consentimento. E isso não muda uma vírgula a canalhice religiosa do dito-cujo, ainda que venha a se provar falsa a acusação de que molestou também a menina de sete anos.

Que pai esse, não? Então ele descobre que a filha de 15 mantinha relações sexuais com o padre — que seguidor das regras não era! —, mas permite que uma menina de sete conviva com ele, a ponto de “poder ser tocada” sem que ninguém veja? Estranho. Cair em tentação com uma jovem de 15 anos é coisa bem distinta, no que concerne ao universo psíquico, de se se sentir atraído por uma criança de sete. Um padre “pegador” é diferente de um “padre pedófilo”. E ambos fazem mal à Igreja.

A história é, antes de mais nada, sórdida. E sobra sordidez para todos os lados. Esse cara jamais deveria estar na Igreja porque é evidente que não segue suas determinações. E é agora que as coisas vão começar a ficar difíceis porque vou entrar em outro terreno delicado: o do celibato sacerdotal. Acusam-me de ser conservador, reacionário, sei lá o quê, em matéria religiosa. Nesse caso, os conservadores é que costumam me esculhambar. Por quê?

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Eu defendo de forma clara, aberta, insofismável e sem receios o fim do celibato sacerdotal. E não porque eu acredite, como dizem alguns, que ninguém resiste às tentações da carne — mais ou menos como Luís Napoleão, segundo Marx, acreditava que soldados não resistissem a salsichas com alho. O ponto é bem outro. No próximo post.

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