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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Um mau passo da assessoria de Temer: “ex-ministro feiticeiro” de Dilma em reunião sobre comunicação

Assessor do futuro presidente leva Thomas Traumann para um encontro para tratar de reação a Dilma. Trata-se de um erro lamentável!

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h57 - Publicado em 19 abr 2016, 05h28

Este blog, como sabem, defende a Constituição. Michel Temer, vice-presidente da República, assume a Presidência em caso impedimento da titular, a senhora Dilma Rousseff. Este blog também acha que Dilma cometeu crime de responsabilidade e que, por isso, tem de ser impichada. E este blog, como sempre, não abre mão de dizer o que tem de ser dito. Seja contra a atual presidente ou a favor dela. Seja a favor do seu sucessor ou contra ele. O partido deste blog são os adjuntos adverbiais.

Leio na Folha que Michel Temer reuniu um grupo de assessores para enfrentar o discurso de vitimização de Dilma.

Sim. Ela se vitimizou — já escrevi escrevi a respeito. Leio mais: Moreira Franco levou para a tal reunião Thomas Traumann, ex-ministro da Comunicação Social de Dilma. Teria participado do encontro, segundo entendi, na condição de “dilmólogo”, já que foi assessor pessoal da presidente.

É o primeiro mau passo de Temer ou de sua assessoria. E se torce aqui para que não seja um padrão. Na política, como se sabe, as pessoas costumam mudar de lado. Não fosse isso, não haveria impeachment, e estaríamos condenados à tragédia Dilma Rousseff.

O sr. Traumann, que eu saiba, não é filiado a partido nenhum. Foi chamado para o encontro na condição de feiticeiro. Se for um sinal, é péssimo. Se não for, é um engano lamentável.

Quando Traumann era ministro de Dilma, veio a público um documento em que ele fazia um diagnóstico da comunicação do governo. A íntegra está aqui.

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O texto revela que o governo promovia uma guerra suja na área de comunicação. Escrevi a respeito à época. O texto de Traumann trazia para a área propostas francamente ilegais e passos de uma guerra suja.

O documento admitia que os ditos “blogs progressistas”, popularmente conhecidos como “blogs sujos”, trabalhavam — e trabalham — de maneira coordenada com o Palácio. Assim, leitores, fiquem sabendo: sempre que, em uma das páginas dos puxa-sacos, aparece um ataque a ministros do Supremo, juízes, jornalistas e imprensa independente, essa página está a serviço do governo.

Havia no tal documento um trecho edificante como este:
“As responsabilidades da comunicação oficial do governo federal e as do PT/Instituto Lula/bancada/blogueiros são distintas. As ações das páginas do governo e das forças políticas que apoiam Dilma precisam ser muito melhor (sic) coordenadas e com missões claras. É natural que o governo (este ou qualquer outro) tenha uma comunicação mais conservadora, centrada na divulgação de conteúdos e dados oficiais. A guerrilha política precisa ter munição vinda de dentro do governo, mas ser disparada por soldados fora dele.”

Notaram? Os “blogueiros”, financiados por estatais e por propaganda do próprio governo, são considerados parte da “comunicação oficial”, bem como o Instituto Lula e o PT. E o texto deixa muito claro que a esses blogs não cabe a divulgação de “conteúdos e dados oficiais”. Não! O governo fornece a “munição”, mas quem dispara são os “soldados de fora”. É asqueroso!

Questão de princípio
Não sei por que o sr. Thomas Traumann foi convidado para a reunião com Michel Temer, levado, segundo a reportagem, por Moreira Franco. Uma coisa dá para assegurar: por bons motivos, dada a obra dele no governo, não foi. Espero que não tenha sido para começar a cooptar a rede suja, que, claro!, vai ter de procurar uma fonte de renda quando o governo petista cair. Alguns ficam de joelhos por ideologia. Mas outros é por grana mesmo.

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Método
Que ninguém se engane quanto a este blog. Não gosta do PT e o combate não porque o PT chama PT. Não gosta do PT é por seus métodos. Se outro partido repetir o que os petistas fazem será igualmente combatido. Se a comunicação do futuro presidente Michel Temer seguir os caminhos da Dilma Rousseff, também será criticada.

Este blog é shakespeariano e considera que a rosa teria igual perfume se tivesse outro nome. E, portanto, o estrume não passaria a cheirar bem caso se chamasse rosa.

Ah, sim: quando Traumann deixou o governo, citou Paulinho da Viola: “Vou imprimir novos rumos/ ao barco agitado que foi minha vida./ Fiz minhas velas ao mar,/ disse adeus sem chorar/ e estou de partida./ Todos os anos vividos/ são portos perdidos que eu deixo para trás. /Quero viver diferente,/ que a sorte da gente/ é a gente que faz”.

Esse barco parece tronco de enchente. Quer ficar sempre no mesmo lugar.

Ah, sim: o Traumann ministro, que tinha a verba publicitária do governo e das estatais nas mãos, também era chegado a expressar aos donos dos veículos de comunicação o seu desagrado com este jornalista ou com aquele.

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