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Um discípulo de Bin Laden avança na Líbia com a ajuda de Obama

É, meus queridos, se o mundo anda meio doido, não serei eu a endoidar também só para ser de companhia. A Líbia assiste hoje a uma guerra realmente estranha. Acompanhem. A Otan bombardeou o complexo residencial de Muamar Kadafi, em Trípoli, e as instalações da TV estatal. Isso está previsto na resolução do Conselho de […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 12h11 - Publicado em 25 abr 2011, 18h25

É, meus queridos, se o mundo anda meio doido, não serei eu a endoidar também só para ser de companhia. A Líbia assiste hoje a uma guerra realmente estranha. Acompanhem.

A Otan bombardeou o complexo residencial de Muamar Kadafi, em Trípoli, e as instalações da TV estatal. Isso está previsto na resolução do Conselho de Segurança da ONU? É uma atividade típica da tal “zona de exclusão área” ou serve “à proteção de civis”? Obviamente, não! Até havia pouco, as chamadas potências ocidentais tinham comprado um lado da guerra civil líbia. Agora, praticam atos de guerra propriamente, sem adjetivos. A única justificativa, estupidamente hipócrita, para essas ações é afirmar que o texto da ONU autoriza os agressores externos a fazer “o que for necessário” para proteger civis. EUA, França e Grã-Bretanha, que movem o braço da Otan, podem se explicar afirmando que atacar alvos civis em Trípoli faz parte das ações para proteger… civis!!!

Poucas coisas embotam tanto a inteligência no jornalismo quanto aderir ao “lado do bem” num dado confronto. O leitor, com razão, pode indagar: “Pô, Reinaldo, mas aderir ao mal não seria pior?” Ocorre, queridos, que ninguém faria tal opção porque não teria como se justificar moralmente. Adotar o “bem”, no entanto, é mais do que eticamente aceitável; torna-se um verdadeiro imperativo. A partir daí, os fatos perdem importância em favor da causa. E a causa, na Líbia, é derrubar Kadafi, seja lá como — e com quem — for.

O New York Times publica hoje uma reportagem interessante. O texto está  aqui. O líbio Sufian Abu Ibrahim Ahmed bin Hamuda Qumu era um prisioneiro de Guantánamo, tido como “provável membro da Al Qaeda”. O risco de sua libertação era considerado de “médio a alto”. Mas foi solto e devolvido à Líbia, onde acabou anistiado. Sabem o que ele faz hoje? É um dos líderes rebeldes. Comanda a chamada “Brigada Darnah”, referência à sua terra natal, uma cidade portuária de 100 mil habitantes, considerada o principal celeiro de homens-bomba do planeta.

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Qumu é uma personagem emblemática da tortuosa política americana para o Oriente Médio. Na década de 80, era membro do Exército líbio. Foi recrutado pela CIA para lutar contra os soviéticos no Afeganistão, mesmo movimento que fizeram Bin Laden e seus homens. Em 2001, foi preso no Paquistão, acusado de pertencer a um dos braços da Al Qaeda. Segundo fontes do governo líbio — do tempo em que Kadafi estava integrado à luta contra o terror —, também está envolvido com o tráfico de drogas.

Agora vamos ao ponto. Qumu mudou? Não! Ele continua o mesmo.  O que certamente não esperava era contar com a ajuda de Barack Obama, Nicolas Sarkozy e David Cameron em sua “luta”. É bem verdade que aliado objetivo dos americanos ele já tinha sido no tempo em que combatia os soviéticos no Afeganistão, uma das fronteiras da Guerra Fria. Depois, com Bin Laden, tornou-se “inimigo da América”. E continua até hoje. Mas avança com a ajuda daqueles a quem quer destruir.

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