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TODOS CONTRA DILMA? Setores lulistas da imprensa criticam reação do governo e do PT ao panelaço

Eu, hein, Rosa! Daqui a pouco, a defesa de Dilma Rousseff vai sobrar pra mim, né? Como se diz na minha terra, “Vorrrta, bicho!”. Eu não! A “Carta Capital” — revista governista, petista ou sei lá que “ista” defina melhor a posição em que a publicação costuma ficar — criticou a reação dos petistas ao […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 01h56 - Publicado em 10 mar 2015, 04h04

Eu, hein, Rosa! Daqui a pouco, a defesa de Dilma Rousseff vai sobrar pra mim, né? Como se diz na minha terra, “Vorrrta, bicho!”. Eu não! A “Carta Capital” — revista governista, petista ou sei lá que “ista” defina melhor a posição em que a publicação costuma ficar — criticou a reação dos petistas ao panelaço contra Dilma. Lino Bocchini, um ex-Fora do Eixo (aquela religião pagã e bem paga do Capilé), ainda com um vocabulário que denuncia a sua origem (eles adoram coisas como “construção de narrativas”), escreve (em vermelho):
A reação do Partido dos Trabalhadores ao panelaço promovido por setores da população em cerca de dez capitais brasileiras durante o pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff na noite deste domingo mostra o quanto o partido está descolado da realidade. Mostra, também, o quanto os responsáveis por sua comunicação não conseguem decifrar os tempos atuais e suas novas formas de mobilização, de difusão de ideias e de construção de narrativas – verdadeiras ou não.

O repórter vai adiante:
O vice-presidente do partido, Alberto Cantalice, anunciado pelo PT como seu “coordenador de redes sociais”, não ajudou muito. No mesmo texto oficial, classificou as manifestações de domingo à noite como “uma orquestração com viés golpista que parte principalmente dos setores da burguesia e da classe média alta”. Os vídeos e relatos postados nas redes sociais mostram como, de fato, o panelaço (e as buzinas, gritos e fogos de artifício) foram mais frequentes em bairros ricos das maiores cidades brasileiras. Há, contudo, relatos em bairros paulistanos como Butantã, Santana ou Jardim Marajoara, com população nas quais não é possível aplicar genericamente o rótulo de “burguesia”.

E Ricardo Kotscho, o amigão e eterno assessor de Lula? Em seu blog, afirmou (em vermelho):
(…) logo cedo, perguntei à dona Edite, uma senhora baiana que trabalha com minha família faz mais de vinte anos, se houve algum protesto semelhante no bairro dela, o Jardim João 23, na periferia da zona oeste paulistana. Pelo seu relato, e eu não tenho nenhum motivo para duvidar, lá foi tudo igual.

Kotscho, sendo quem é, ataca, claro!, os “pit bulls” da imprensa (que eu saiba, sou o rottweiler), acusando-os de incentivar o “espírito de manada”, mas considera:
Enganam-se, porém, os estrategistas do governo se acreditarem nesta versão conspiratória do PT de que tudo não passa de rugidos da elite branca, os tais “coxinhas tucanos”, inconformados com a derrota nas eleições de outubro, e que o povão está satisfeito da vida. Não está.

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O passado
É… Ah, as minhas retinas cansadas jamais se esquecerão de um texto deste senhor, https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/jornalista-lulista-chapa-branca-e-esperto-quer-fichar-os-que-acham-o-governo-%E2%80%9Cruim-ou-pessimo%E2%80%9D/ escrito em maio de 2010, em que ele sugeria que a imprensa tentasse identificar onde estavam os apenas 5% que consideravam o governo Lula ruim ou péssimo. Ele não economizava. Escreveu:
Quem são eles, onde vivem, o que fazem, o que pensam ? Já que ninguém se atreve a investigá-los, disponho-me aqui a encontrar algumas respostas sobre o perfil deste minoritário, mas sólido contingente de brasileiros que não mudam de opinião, mesmo remando contra a maré.

Na cabeça de Kotscho, então, aqueles 5% eram pessoas cuja inteligência era dissolvida pela imprensa “conservadora”:
Confundem o país com o governo, a vida real com o noticiário do poder, ao reproduzir o que leem nas manchetes e nos editoriais dos grandes veículos, nos blogs da Veja.com, nas colunas de O Globo ou ouvem dos comentaristas da CBN e da Jovem Pan.

Vale dizer: em maio de 2010, resta evidente que Kotscho considerava que Lula mereceria nada menos do que a unanimidade. A sua aprovação chegava perto da de um monarca saudita, mas o homem achava pouco e queria saber onde morava aquela minoria esmagada. Hoje em dia, parece, apesar dos “pit bulls”, ele reconhece alguns motivos para desalento. A empregada pode ter feito por ele o que o noticiário da “mídia burguesa” não fez.

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E, se alguém está achando que eu vou aqui saudar a chegada deste ou daquele ao bom senso, pode esquecer. Essas críticas são manifestações do PT lulista, inconformado com a incompetência política do PT dilmista. Originalmente, é a causa também do destampatório de Marta Suplicy. Só que a senadora errou na dose e, parece-me, não tem mais como ficar no partido.

É claro que esses lulistas mistificam a realidade quando supõem que, sob Lula, as condições econômicas do país estariam muito melhores. Ele teria, certamente, mais habilidade política no trato de certas questões porque consegue, nessa área, ser bem mais vicioso do que sua sucessora, o que deixa a muitos encantados.

Aliás, não se enganem — e não estou sugerindo que seja necessariamente o caso dos dois jornalistas que cito (se achasse, diria; nunca sou oblíquo) —, há muitos petistas insatisfeitos com Dilma porque acham que lhe falta malandragem.

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