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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Terroristas nas ruas – Atenção, leitor! Um promotor de SP tenta provar que trouxa é você, que segue a lei. O papel dele, pelo visto, é ser babá de criminoso

É, meus caros leitores… Nunca se esqueçam de que eu conheço aquela gente. Ontem de manhã, escrevi aqui um post cujo título era este: “VERGONHA! Ministério Público propõe negociação com terroristas, é isso? Ou: Eles vão levar coquetel molotov, paus, pedras e spray para a conversa?”. Até leitores que gostam do blog acharam que eu estava […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h02 - Publicado em 13 jun 2013, 04h01

É, meus caros leitores… Nunca se esqueçam de que eu conheço aquela gente. Ontem de manhã, escrevi aqui um post cujo título era este: “VERGONHA! Ministério Público propõe negociação com terroristas, é isso? Ou: Eles vão levar coquetel molotov, paus, pedras e spray para a conversa?”. Até leitores que gostam do blog acharam que eu estava exagerando: “Pô, Reinaldo, não tem nada de errado em conversar…”. Pois é. Em primeiro lugar, nem toda conversa é boa ou desejável. Eu não acho que as forças de segurança devam, por exemplo, dialogar com Marcola ou com Fernandinho Beira-Mar. Por quê? Porque são criminosos, e tentar negociar concessões com eles implica legitimar o crime. O Movimento Passe Livre também é a face visível de uma cadeia de delinquências que se espalhou pela cidade. Essa gente não representa ninguém, a não ser os vândalos. Chamá-los para uma conversa com representantes da Prefeitura e do governo de São Paulo, como fez o Ministério Público Estadual, já é um verdadeiro despropósito. Tanto pior quando o representante do MPE é o promotor de Justiça de Habitação e Urbanismo Maurício Ribeiro Lopes, um fanático amante do absurdo, um homem obcecado pelos holofotes, atraído pela polêmica irresponsável, vocacionado para a subcelebridade e, como direi?, pouco rigoroso intelectualmente, para ser delicado.

Lopes fez o encontro e teve uma ideia: quer que o Estado e a Prefeitura cedam à pressão das ações terroristas e adiem o reajuste por 45 dias. Fez, ainda, uma das mais estúpidas afirmações de que se tem notícia em muitos anos. Já chego lá.

Prefeitura e Estado mandaram representantes para o encontro, que contou com militantes ligados ao Passe Livre, PSOL, PCdoB, Sindicato dos Metroviários. Até os pelegos da UNE estavam lá. Pelo tal Passe Livre, falou um certo Lucas Monteiro. Seria ele um estudante pobrezinho? Não! É professor de história da rede privada de ensino. Leiam este trecho do UOL (em vermelho):

Monteiro defendeu que a redução é “decisão política do prefeito e do governador”, e que apenas a medida colocaria fim, em definitivo, às manifestações de rua. “Isso [a decisão política pelo recuo no reajuste] fica claro quando se lembra que eles adiaram o decreto de reajuste por seis meses, ou mesmo que reajustaram abaixo da inflação”, citou.

Voltei
Há pais que estão pagando para que seus filhos tenham aula com alguém capaz de dizer essas enormidades. Em primeiro lugar, o Estado não interfere na tarifa de ônibus, que é assunto municipal; só participa da conversa por causa da integração com o metrô. Em segundo lugar, observem que ele reconhece que:
a) o reajuste foi adiado;
b) ficou abaixo da inflação.
Não está bom para o “professor da rede particular de ensino”.

Declaração absurda
Muito bem! O promotor Maurício Ribeiro Lopes se comprometeu a levar para a Prefeitura e para o governo (que não regula preço de passagem de ônibus) a proposta de adiar por 45 dias o reajuste, fazendo a tarifa voltar dos atuais R$ 3,20 para R$ 3. E disse esta pérola da estupidez:

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“Caso os governos não queiram transigir na questão, estarão devolvendo a estes movimentos um protagonismo. Hoje assistimos a um gesto de boa vontade deles em devolver essa questão [sobre a redefinição tarifária] ao Estado. Mas não há nenhum compromisso de que efetivamente a tarifa baixará”.

Como é que é?
Segundo o promotor, então, a única forma de a Prefeitura passar a ser a protagonista é cedendo à chantagem dos terroristas, que estariam demonstrando “boa vontade”. E em que consistiria essa boa vontade? Ora, eles se comprometem em parar de  promover quebra-quebras, entenderam? A concessão dos vagabundos estaria em parar de cometer crimes. Na cabeça deste senhor, negociação é assim: o lado que está dentro da lei cede às exigências dos fora da lei. É estupendo!

Mais: esses caras são protagonistas de quê? Quem os elegeu? Eu sei de onde deriva a legitimidade de Fernando Haddad, por mais que eu repudie tudo o que ele pensa e o considere politicamente covarde – deu mostras disso, de novo, em Paris. Parecia um moleque assustado. O Rio Grande do Sul tem uma expressão melhor para isso… Mas foi eleito pelo povo. Eu sei de onde deriva a legitimidade do governador Geraldo Alckmin. Também vem das urnas. E a dos “Lucas” e afins? Vem de onde? Da depredação? Das bombas? Dos coquetéis molotov? Representantes do PSOL na reunião? Do PCdoB? Essa gente disputa eleições. Quantos votos costuma ter?

Este senhor é um irresponsável em se pronunciar nesses termos. Ele acabou de comprar a causa de quem sai espalhando o terror pela cidade. Desmoraliza o Ministério Público Estadual. Ele também se comprometeu em mobilizar a Defensoria Pública em favor dos baderneiros presos. Não duvido. Essa gente integra as carreiras de estado mais bem remuneradas, regiamente pagas pelos desdentados, para defender seus “companheiros” de ideologia. O pagador de impostos, impedido de ir e vir, que se dane.

Não me surpreende
Este promotor não me surpreende. Adora a ribalta. É o cara que tentou impedir a posse de Tiririca tentando provar que ele era analfabeto. Ele o fez por amor à lei? A fala acima prova que não. Queria ser notícia. Já escrevi alguns posts sobre seus absurdos.

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Foi ele que, certa feita, ao receber uma petição de moradores contrários à instalação de um albergue nas imediações de suas respectivas casas – e enviar petição ao Poder Público é um direito constitucional –, denunciou os pobres coitados à delegacia de crimes raciais, acusando-os de neonazistas.

Lembram-se daquela história da estação de metrô de Higienópolis? Inventou-se a mentira de que teriam mudado o lugar da dita-cuja por pressão dos endinheirados. Era mentira. O novo local escolhido era ainda mais nobre. Mas lá estava o promotor, o amostrado. Decidiu pedir esclarecimentos a Jurandir Fernandes, então secretário estadual dos Transportes Metropolitanos: “Quero saber se ele cedeu a uma pressão da elite ou se a questão foi técnica. Se a questão foi de quem pode mais chora menos, é um absurdo para a cidade”. Nota: quem deu início à campanha contra o bairro foi o Movimento Passe Livre.

Maurício Ribeiro Lopes não chega a ser um exemplo de rigor intelectual. Meteu-se num caso vexaminoso de plágio descarado. Nada menos de 38 páginas de sua tese de livre docência da Faculdade de Direito da USP foram, como posso dizer?, chupadas do trabalho de um colega seu.

Este senhor não cansa de se superar. Agora, ele sugere que os que seguem a lei cedam à pressão de criminosos. 

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