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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Teria o ministro Mercadante chamado de vagabundos todos os que apelam ao seguro-desemprego?

O ministro Aloizio Mercadante, da Casa Civil, deveria deixar o PT e admitir, então, que errou de partido; que a legenda à qual pertence há 35 anos deseducou o país, contribuindo para criar a cultura dos estado-dependentes, dos que, no fim das contas, ganham mais quando não trabalham do que quando trabalham; admitir, em suma, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 01h18 - Publicado em 25 Maio 2015, 18h39

O ministro Aloizio Mercadante, da Casa Civil, deveria deixar o PT e admitir, então, que errou de partido; que a legenda à qual pertence há 35 anos deseducou o país, contribuindo para criar a cultura dos estado-dependentes, dos que, no fim das contas, ganham mais quando não trabalham do que quando trabalham; admitir, em suma, que o Brasil não tem mais dinheiro para bancar a demagogia companheira.

Por digo isso? Em 1999, depois de criar o fator previdenciário — e só por isso o sistema não está, de fato, quebrado —, o presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou o seguinte: “Fiz a reforma para que aqueles que se locupletam da Previdência não se locupletem mais, não se aposentem com menos de 50 anos, não sejam vagabundos em um país de pobres e miseráveis”.

Foi um escarcéu. O PT e as esquerdas saíram gritando país afora que FHC — cujo governo ampliou enormemente a seguridade social aos idosos — havia chamado de “vagabundos” todos os aposentados. Não! Como deixa claro a fala e está documentado, ele se referia àqueles que se aposentavam com menos de 50 anos, o que é, de fato, um escândalo num país de miseráveis. Aliás, ainda que fosse uma nação de nababos, trata-se de um privilégio inaceitável. E foi assim que se criou a suposição de que a Previdência aguenta qualquer desaforo.

Em companhia de Joaquim Levy, ministro da Fazenda, Mercadante concedeu uma entrevista coletiva nesta segunda. Referindo-se à necessidade de o Senado aprovar as MPs do ajuste fiscal — a 665, que trata do seguro-desemprego, e a 664, que cuida das pensões —, ele negou que elas cassem direitos dos trabalhadores, chamou as correções de “necessárias” e “justas” e sintetizou: “Temos que criar cultura em que pessoas cresçam na vida trabalhando (…) E não a ideia de que eu ganho mais quando saio do trabalho”.

Opa! Bem-vindo à realidade, ministro Mercadante! Suponho que aqueles que alimentem a ideia de que ganham mais quando saem do trabalho sejam, digamos, vagabundos! E olhem que o ministro petista trata de um assunto mais delicado do que a aposentadoria, não é? Afinal, trata-se do seguro-desemprego num momento em que o desemprego está em alta.

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O país vive hoje uma espécie de transe político porque o governo petista se vê obrigado a adotar medidas que antes foram demonizadas nas ruas. Aqui e ali, curiosamente, cobra-se que a oposição as endosse, quem sabe em companhia do PMDB, para que os petistas, então, possam exercer a sua rebeldia no Congresso. Dois dos maiores críticos das MPs no Senado são justamente do PT: Lindbergh Farias, do Rio, e Paulo Paim, do Rio Grande do Sul.

Na coletiva, Joaquim Levy negou qualquer divergência com a presidente e disse ter faltado ao anúncio de sexta-feira do valor do corte do Orçamento porque estava gripado. Chegou até a ensaiar uma tosse, que não convenceu ninguém.

Mas volto ao ponto. Cumpre indagar: teria o ministro Aloizio Mercadante chamado de vagabundos todos aqueles que apelam ao seguro-desemprego?

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