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Sobre o dia 26, a “defesa da Lava Jato” e o tal estado de direito

E, bem, se extrema direita e extrema esquerda dizem a mesma coisa, ambas devem estar certas, não é? Não vou explicar. Ironia com nota de rodapé é alfafa

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 6 mar 2017, 06h37 - Publicado em 6 mar 2017, 03h04

Fábio Zanini, editor de Política da Folha, escreve uma reportagem nesta segunda sobre a manifestação convocada para o próximo dia 26 por grupos que apoiaram o impeachment de Dilma. Num dado momento, lê-se: “O ato, cujos objetivos principais são a defesa da Operação Lava Jato e a crítica a qualquer tipo de acordo político que limite as investigações, será móvel”.

Bem, sobre a mobilidade e coisa e tal, leiam o texto. Está aqui. A minha curiosidade é de outra ordem.

Só faz sentido defender alguma coisa que está ou sob ameaça ou sendo atacada. A menos que me evidenciem uma coisa ou outra, não sei exatamente por que a Lava Jato tem de ser defendida.

Há mais.

A operação fez um acordo ilegal com delatores da Odebrecht. Os senhores procuradores resolveram se comportar como se Judiciário fossem. Mais do que isso: há uma clara agressão à Constituição.

Os movimentos que sairão “em defesa da Lava Jato” reconhecem o estado de direito como condição sine qua non do regime democrático ou admitem, sob certas circunstâncias, que tal pacto possa ser rompido para que se faça o bem?

A depender da resposta, o que se faz é justificar a atuação do PT ao longo da história.

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Ou, por outra, será preciso admitir que, quando “nós” usamos os métodos petistas, eles são bons. Afinal, somos pessoas boas e honestas. Já quando são “eles” a fazê-lo, então aí a coisa é ruim porque eles são pessoas más.

Substituir-se-ia, assim, a ética, que só existe como valor aplicado, pelas vocações naturais. Alguns, os nossos inimigos, seriam vocacionados para o mal, e nós, para o bem.

“Traidor”
Deixei claro já que me oponho a essa manifestação do dia 26. Certamente haverá gente séria lá e movimentos que foram muito relevantes para o impeachment de Dilma. Mas também se abrirão as portas para os xucros, que, até agora, não entenderam como funciona essa tal democracia e odeiam o regime à moda de um comunista qualquer — provavelmente, com menos bibliografia (e isso quer dizer “de modo mais iletrado”).

E, bem, se extrema direita e extrema esquerda dizem a mesma coisa, ambas devem estar certas, não é? Não vou explicar. Ironia com nota de rodapé é alfafa.

Opor-me ao ato, obviamente, não é sinônimo de sabotá-lo. Até porque eu não sou líder de grupo nenhum nem pertenço a alguma organização ou movimento.

Mais de uma vez, a extrema direita e a extrema esquerda, por exemplo, tentaram me vincular ao MBL — ou vincular o MBL a mim. Falso como nota de R$ 3! Era só uma tentativa de desqualificar a ambos. No caso dos membros do grupo, porque seriam nada mais do que teleguiados por um, como é mesmo que eles dizem?, “tucano”! Aliás, tanto os petralhas como os abduzidos de Olavo de Carvalho e Jair Bolsonaro sustentam a mesma coisa. No que me dizia respeito, a desqualificação consistia em confundir jornalismo de opinião com jornalismo de militância.

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Conversei, ao longo do tempo, com membros do MBL — e também do Vem Pra Rua — quando eles quiseram falar comigo. Mas nunca fui nem mesmo referência a ser seguida: pensamos coisas absolutamente distintas sobre estatuto do desarmamento, financiamento de penitenciárias, Lava Jato e estado de direito, foro especial por prerrogativa de função, cenário eleitoral para 2018 etc. O “etc.” fica por conta de divergências que desconheço, mas que devem existir.

Não saboto nada! Exponho o meu ponto de vista.  “Ah, mas basta entrar no arquivo para constatar as vezes em que você saiu em defesa do MBL”. É verdade! O arquivo existe. Saí quando achei que era justo. Se voltar a achar, saio de novo. Eu sou o rei absoluto da minha simpatia. Não tenho de pedir autorização a ninguém nem dependo de crivo nenhum.

De resto, vamos convir, mesmo com o pouco que me conhecem, os membros do MBL e do Vem Pra Rua sabem que sou um desastre em matéria de manifestação. Imaginem… Eu proporia coisas como: “Em defesa do estado de direito”.

Será que, neste março de 2017, eu conseguiria reunir 20 pessoas? O diabo da ironia sopra aos meus ouvidos: “Topa fazer por uns 7 ou 8?”. Mas sou mais tinhoso do que ele: “Sim, eu topo”. Arquimedes só precisava de uma alavanca para mover o mundo.

Basta-me um justo.

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