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SEXO, LÓGICA E EMPUNHANDO O NÚMERO PI

Os posts sobre educação sexual continuam a render. Pois é… Mesmo com o pênis de borracha em sala, devidamente vestido com a camisinha, propaganda (!!!) da pílula do dia seguinte para crianças de 12 anos e outros mimos, a gravidez precoce — que o politicamente correto chama “não-planejada” — é altíssima no país. Em 2006, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 18h29 - Publicado em 2 dez 2008, 16h02
Os posts sobre educação sexual continuam a render. Pois é… Mesmo com o pênis de borracha em sala, devidamente vestido com a camisinha, propaganda (!!!) da pílula do dia seguinte para crianças de 12 anos e outros mimos, a gravidez precoce — que o politicamente correto chama “não-planejada” — é altíssima no país. Em 2006, cresceu em relação a 1996. O pênis é estrela da educação petista desde 2003.

Pois é… Qual é o pressuposto teórico para se levar a estrovenga para a sala de aula? Os adolescentes estão fazendo sexo inseguro, e é preciso tratar o tema sem tabus: mostrar mesmo como deve ser feita a prevenção, sem, como é mesmo?, “moralismos”. É o que a representante do Ministério da Saúde, em entrevista ao Fantástico, chamou de “aula prática”. E há na postulação um “raciossímio” anterior que chegou à seguinte conclusão: é a timidez na abordagem do assunto que leva os jovens a não se precaver. Haveria, portanto, uma relação de proporcionalidade entre o desassombro no trato da questão sexual entre crianças e adolescentes e o sexo seguro: quanto mais ousadia, mais segurança.

Excelente! Mas a gravidez adolescente continua a ser um problema — e ela é resultado do sexo inseguro; dados, pois, os pressupostos dessa gente, é preciso ousar ainda mais para obter melhores resultados.

O próximo passo, então, deve ser a exibição de filmes pornográficos em sala de aula — desde que os atores estejam devidamente protegidos. E, é óbvio, não se vai obter o fim supostamente almejado. Assim, cumpre aumentar a dose do remédio ineficaz: será preciso praticar sexo explícito em sala de aula — inicialmente, com pessoas especialmente habilitadas para tanto junto ao MEC e ao Minitério da Saúde. Afinal, a diferença entre um pênis de borracha e outro munido dos devidos corpos cavernosos, no que concerne à experiência didática, é só de grau e de temperatura, não de princípio: quando se renuncia à conceituação em benefício da “aula prática”, quanto mais próximo da realidade, melhor.

Os valentes defensores de tal método pedagógico têm de ter a coragem de ir até o fim — ou não acreditam nos próprios postulados? E o fim de tal experimento, evidentemente, consiste em convidar os próprios alunos a protagonizar as cenas de sexo seguro.

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Estou falando sobre método de ensino e sobre técnicas pedagógicas, não sobre sexo. A propósito: algum professor de matemática já descobriu o modo de o aluno empunhar o número pi?

Se alguém encontrar falhas lógica no que vai acima, que me escreva. Se não encontrar, então não perca o seu tempo. E não tente tomar o meu.

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