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Será que Roberto Jefferson merece perdão?

Qualquer que seja o juízo que se tenha sobre Roberto Jefferson, presidente do PTB, uma coisa é certa: sem ele, os mensaleiros estariam por ali, livres, leves e certamente soltos. Mais: o esquema denunciado era parte de uma estratégia de assalto a estado. Sem freios nem punição, os criminosos teriam sido a cada dia mais […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 07h48 - Publicado em 23 set 2012, 06h59

Qualquer que seja o juízo que se tenha sobre Roberto Jefferson, presidente do PTB, uma coisa é certa: sem ele, os mensaleiros estariam por ali, livres, leves e certamente soltos. Mais: o esquema denunciado era parte de uma estratégia de assalto a estado. Sem freios nem punição, os criminosos teriam sido a cada dia mais ousados. Em vez de Dilma, a esta altura, poderia estar no palácio José Dirceu. Ou, numa hipótese não menos perversa, Lula teria dado um jeito, nos “braços do povo”, de se perpetuar no poder. Ele já age hoje como se não o tivesse deixado, não é mesmo?, embora seja apenas um cidadão comum. Coloca-se uma questão: Jefferson merece uma compensação pelo bem inegável que fez, embora possa ter se deixado mover mais pelo desejo de vingança do que de justiça? Leiam o que informam Adriano Ceolin e Laura Diniz na VEJA desta semana.

(…)
A ponta do iceberg que deu origem ao escândalo do mensalão apareceu com o vídeo que mostrava um funcionário dos Correios recebendo propina, ao mesmo tempo em que revelava que a estatal funcionava como um centro de captação de dinheiro para o PTB. Seria mais um dos muitos casos de corrupção se Roberto Jefferson, o então todo-poderoso presidente do PTB não tivesse decidido contar o que sabia: o governo do presidente Lula havia montado uma gigantesca estrutura de arrecadação e distribuição de dinheiro para comprar partidos políticos e subornar parlamentares — “um mensalão”, como definiu pela primeira vez o deputado. Jefferson deu o nome dos envolvidos (seis parlamentares de quatro partidos), trouxe à luz a identidade do pagador (“um carequinha chamado Marcos Valério”) e apontou o dedo para quem julgava ser o chefe (o ex ministro da Casa Civil José Dirceu).

As investigações confirmaram o que o ex-deputado relatou. A Procuradoria-Geral da República denunciou quarenta pessoas por diversos crimes e dez delas já foram condenadas pelo Supremo. Sem o testemunho de Roberto Jefferson, a punição aos corruptos não passaria de uma miragem. É por isso que alguns ministros estudam propor, na hipótese de condenação do ex-deputado, a redução de sua pena, um prêmio pela colaboração. “A lei permite e é um caso que pode, inclusive, ter efeito pedagógico”, diz um ministro do STF que já conversou com alguns colegas sobre o caso. A ideia é recompensar Roberto Jefferson pela delação que levou à comprovação do esquema. Há dois benefícios possíveis, extraídos de uma lei que trata da colaboração voluntária de réus nas investigações dos crimes de que participaram — o perdão judicial, livrando-o de qualquer punição, e a redução de até dois terços da pena.

Esses benefícios são resultado do reconhecimento de que só a ajuda dos próprios infratores, em determinados casos, pode acelerar investigações que se arrastariam por anos e teriam conclusão incerta. “O Judiciário se vê diante de crimes tão complexos atualmente que, muitas vezes, sem essa colaboração, não se chega aos culpados”, diz o ex-ministro Carlos Velloso.
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Por enquanto, Jefferson diz que seu maior temor não é cumprir pena na cadeia após o julgamento do rnensalão. Ele estaria às voltas com um desafio bem mais prosaico: alimentar-se, um processo que ficou tormentoso depois que seu aparelho digestivo teve de ser remodelado em consequência de uma cirurgia para a retirada de um tumor maligno no pâncreas. “Tirei quatro quintos do estômago, 1,5 metro de intestino delgado, um quarto do fígado e metade do pâncreas. Tomei 500 pontos. Preciso comer, mas, se como um pouco a mais, meu estômago grita. Sinto cólicas.”
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Leia a íntegra na edição impressa da revista.

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