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Será que os EUA ajudarão, mais uma vez, os jihadistas a chegar ao poder?

Cresce a pressão para que a ONU — na verdade, a gritaria é endereçada aos EUA — faça alguma coisa na Síria. Imagens de um suposto ataque com armas químicas na periferia de Damasco correm o mundo. As forças que se opõem a Bashar Al Assad acusam o governo; o ditador, por seu turno, diz […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h33 - Publicado em 22 ago 2013, 19h33

Cresce a pressão para que a ONU — na verdade, a gritaria é endereçada aos EUA — faça alguma coisa na Síria. Imagens de um suposto ataque com armas químicas na periferia de Damasco correm o mundo. As forças que se opõem a Bashar Al Assad acusam o governo; o ditador, por seu turno, diz que isso é uma tramoia dos que querem derrubá-lo. Teriam elas mesmas perpetrado o ataque para forçar uma intervenção externa. O presidente dos EUA, Barack Obama, já disse que o ataque químico seria o limite a não ser ultrapassado. Quem merece credibilidade? Ninguém! Assad é um carniceiro desprezível. Os que se opõem a ele não se distinguem na moral. São apenas mais perigosos, e isso precisa ser dito.

Quem lidera hoje a batalha na Síria são os jihadistas, especialmente a Al Qaeda. Não se comparam àqueles que fizeram a tal “Primavera” no Egito ou na Tunísia. Se o país cair presa das “forças de oposição”, virará um ninhal de radicais. Estou escolhendo Assad? Não! Mas não me parece que os EUA (com o apoio do Reino Unido) devam repetir a bobagem que se fez na Líbia, que passou de um governo desprezível para outro, com a diferença de que o atual tem conexões diretas com o terror. Kadafi já estava em outra. O resumo da ópera é o seguinte: a Líbia continua tão brutal como sempre foi, só que, agora, a infraestrutura do país está destruída, e terroristas transformaram o deserto em campo de treinamento.

Por que isso tudo? Porque, ora vejam, quem aproximou a Líbia do terror foi a Otan. Rasgando resolução da ONU, a aliança militar entrou na batalha pra valer. Os bombardeios aéreos antecediam o avanço das forças terrestres. E pronto! Terror e Otan fizeram uma estranha aliança objetiva. Há um risco enorme de que os EUA acabem fazendo a mesma coisa na Síria. Eu lamento ter de ser tão cru, mas não dá para dourar a pílula: os sírios estão em maus lençóis com Assad ou sem ele; o mundo, no entanto, estará mais seguro com a derrota das forças terroristas que se opõem a ele. E isso não quer dizer que inexistam motivos para tentar depor o facínora. Tudo é ruim, e existe o mal menor. Eu não posso condescender com os motivos do terror, entenderam?

E não custa lembrar: a própria ONU já levantou a suspeita de que os rebeldes haviam recorrido antes a armas químicas. No momento, não merecem crédito nem um lado nem outro. Se a Irmandade Muçulmana, que era chamada de “moderada”, preparava a ditadura religiosa no Egito, o que querem os que foram às armas na Síria? Procurem saber qual é o credo da Al Qaeda e dos jihadistas no geral. É o que eles querem. Chegarão lá com a ajuda dos EUA? Finalmente, observo. Não acredito em nenhum dos dois lados. Noto apenas que, é fato, Assad está vencendo a batalha. Seria uma estupidez tática recorrer agora a armas químicas. Estúpidos, no entanto, existem, eu sei. Do ponto de vista estritamente lógico, esse ataque interessa mais àqueles que querem virar o jogo.

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