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Se transporte fosse gratuito, como reivindicam os terroristas, isso beneficiaria os mais endinheirados. Ou: Nem o maná era de graça: Deus cobrava, ao menos, bom comportamento

É espantoso que estejamos fazendo no Brasil o debate sobre a “gratuidade” do transporte público. Na verdade, é absurdo até mesmo que se empregue essa palavra. Nem o maná que Deus fez despencar do céu era de graça. O Senhor cobrava, ao menos, bom comportamento. Atenção! É reduzidíssima a parcela de pessoas que pagam a […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h02 - Publicado em 12 jun 2013, 16h07

É espantoso que estejamos fazendo no Brasil o debate sobre a “gratuidade” do transporte público. Na verdade, é absurdo até mesmo que se empregue essa palavra. Nem o maná que Deus fez despencar do céu era de graça. O Senhor cobrava, ao menos, bom comportamento. Atenção! É reduzidíssima a parcela de pessoas que pagam a tarifa cheia de transporte — deve ser uma minoria extrema. Por que digo isso? Vamos ver.

Os estudantes, como todos sabem, têm direito à meia passagem, em qualquer fase da vida escolar, incluindo a universidade. É uma das barbaridades vigentes no Brasil. Assim, tenham ou não os indivíduos recursos para arcar com a essa despesa, a categoria “estudantes” goza do benefício. Uma privilégio econômico, pecuniário, que atende tanto a pobres como ricos é socialmente injusto por definição. Mas os radicaloides, claro!, não vão se incomodar com isso. Não sei o número, mas deve chegar perto de milhão os usuários que já pagam meia só em São Paulo.

Penso agora em outra categoria: as empregadas domésticas. Qualquer empregador sabe que elas cobram, vamos dizer assim, “por fora” o valor da condução. No passado, buscaram se proteger das elevações de tarifa e transformaram a prática num “direito”. Se o transporte passasse a ser gratuito, seus patrões é que se beneficiariam, não elas próprias. Porteiros e faxineiros também costumam combinar com os respectivos condomínios o pagamento integral do transporte.

Para os demais trabalhadores com carteira assinada, existe o vale-transporte. O beneficiário arcará com, no máximo, 6% de seu salário-base com essa despesa; o que exceder esse valor será responsabilidade do empregador. Alguém que ganhe R$ 1.200 por mês, por exemplo, gastará com deslocamento, no máximo, R$ 72. É o patrão que paga a o excedente.

Assim, o que parece ser uma reivindicação realmente radical, coisa que vai beneficiar o povo pobre, é, na prática, uma falácia. Se o transporte for gratuito, os maiores beneficiados serão os mais endinheirados. E a conta, claro!, cairá nos ombros do próprio povo. Ou alguém me diga de onde o Estado tira os recursos para arcar com esse custo. Estado gere, mas não gera dinheiro.

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