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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Se Jucá não sai, tem de “ser saído”…

O presidente Michel Temer tem sempre de se lembrar do sentimento que o levou à Presidência da República: não foi só a questão legal; há também a legitimidade

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h39 - Publicado em 23 Maio 2016, 15h35

O ministro Romero Jucá, do Planejamento, saiu-se com o brilho de sempre na entrevista coletiva. Disse tudo certo. Eis um homem que não precisa de “media training”. Vamos ver:
– negou tentativa de obstruir a investigação;
– não pede para deixar o governo;
– o cargo pertence ao presidente;
– trechos do diálogo estão fora do contexto;
– estava apenas falando em distinguir quem tem culpa de quem não tem;
– ser investigado não é demérito;
– demérito é ser condenado;
– se tivesse telhado de vidro, não teria assumido o comando do PMDB no auge do confronto com o PT.

E mais do que isso tudo, leitor amigo, há o fato: Jucá realmente não teria como intervir na Lava-Jato. Fim de papo.

Aí, o leitor por achar que, então, decorre dessa cadeia de eventos que Jucá pode ficar, certo? Errado. Jucá tem de sair. Se não pede demissão, tem de ser demitido.

Fico muito à vontade para escrever isso porque, embora o considere um dos políticos mais talentosos de Brasília, creio que não deveria nem ter sido nomeado.

Jucá acha que feio é ser condenado, não investigado. Entendo o raciocínio, mas é falso. Quando as investigações começam a se multiplicar, as coisas se complicam. A QUESTÃO NÃO É PENAL, É POLÍTICA. Não é esse o senso de moralidade do povo.

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Não estou cobrando que vá para a cadeia. Cobro que não seja um dos três ou quatro auxiliares mais importantes de Michel Temer.

Já escrevi aqui e reitero: o que tirou Dilma da Presidência, o fato jurídico, foi, sim, o crime de responsabilidade cometido: inegável, inequívoco, claro. O julgamento final, de qualquer modo, cabe ao Senado.

Mas o fato político que apeou Dilma do poder foi o senso de moralidade da população, que já não aguenta mais a roubalheira e a sem-vergonhice.

Não há contexto que consiga mudar o conteúdo da certas falas de Jucá. Reitero: nem o presidente Michel Temer tem como interferir na Lava Jato. Mas isso não muda o sentido geral daquela conversa.

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Lembro, finalmente, as palavras de um operador do direito que sei que Temer aprecia: Ayres Britto. O poder tem a legitimidade da investidura. E Temer é legítimo, é evidente. Mas essa legitimidade também tem de ser mantida, alimentada.

Manter Jucá corresponde a perder a necessária conexão com o sentimento de mudança que tomou conta do país.

Não dá. Se Jucá não sai, tem de ser saído.

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