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Refinaria de Pasadena teve saque de US$ 10 milhões sem registro, só com autorização verbal. Petrobras disse achar isso “normal”

A refinaria de Pasadena, nos EUA, tinha US$ 10 milhões depositados na conta da corretora MP Global — que foi a falência em novembro de 2011, diga-se. No dia 5 de fevereiro de 2010, alguém na estatal brasileira — não se sabe quem — deu uma autorização verbal para sacar a dinheirama. Foi sacada. Não se […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 03h59 - Publicado em 25 abr 2014, 05h26

A refinaria de Pasadena, nos EUA, tinha US$ 10 milhões depositados na conta da corretora MP Global — que foi a falência em novembro de 2011, diga-se. No dia 5 de fevereiro de 2010, alguém na estatal brasileira — não se sabe quem — deu uma autorização verbal para sacar a dinheirama. Foi sacada. Não se conhece o seu destino porque não há registro documental. Em 2010, é? No Brasil, foi um ano eleitoral. Sigamos adiante. A revelação foi feita ontem pelo jornal O Globo.

A reportagem da Folha entrou em contato com a direção da Petrobras para ouvi-la a respeito do saque. Segundo a empresa, uma operação assim é “normal”. A movimentação do dinheiro só foi descoberta porque houve uma auditoria na refinaria de Pasadena, feita pela Gerência de Auditoria de Abastecimento para verificar a gestão dos combustíveis produzidos e comercializados. O Globo teve acesso ao resultado do trabalho. Se a Petrobras considera tudo normal, a auditoria concluiu o contrário e apontou a “falta de autorização documental para saque em corretora”.

Segundo o Globo, a auditoria teria apontado também a existência de operações simultâneas de entrada e saída de combustíveis nos tanques, o que dificulta o controle. Constatou-se ainda uma falta de integração entre o sistema financeiro e o de controle de estoque. De acordo com o jornal, detectou-se também uma diferença de US$ 2 milhões no estoque em maio de 2010 em razão de lançamentos incorretos.

Nesse período, a Astra Oil ainda era sócia da Pasadena, mas havia deixado a administração por conta da Petrobras e já ingressara na Justiça americana para obrigar a empresa brasileira a comprar os outros 50% da refinaria.

À Folha, a Petrobras afirmou que o saque autorizado verbalmente é “normal” por ser “uma atividade usual de trading (comercialização de combustíveis)”. Acrescentou que “não foram constatadas quaisquer irregularidades no saque”. Mesmo assim, a empresa disse que “foi acatada a recomendação de formalizar e arquivar a documentação de suporte relativa aos saques efetuados em contas mantidas em corretoras”.

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Eu não sou especialista em “trading”. Os especialistas, como sabemos, são aqueles gênios da Petrobras. Mas me darei o direito ao espanto, como os auditores — gente bem mais treinada do que eu: então US$ 10 milhões são movimentados assim, na base da saliva, sem rastro documental?

A Petrobras é uma piada que custa alguns bilhões aos brasileiros. Dá para entender por que essa gente teme tanto uma CPI, mesmo com maioria governista.

 

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