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Putin intensifica ameaças, Obama diz coisas incompreensíveis, mas Rússia terá de se contentar com relativo domínio da Crimeia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin,  não só não recuou das ameaças que vinha fazendo à Ucrânia como as intensificou. Seria isso sinal de força ou evidência de que já perdeu o principal? Vamos ver. Diante dos protestos dos EUA em razão da ocupação da Crimeia — até agora, quase sem tiros — e dos […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h20 - Publicado em 5 mar 2014, 01h50

O presidente da Rússia, Vladimir Putin,  não só não recuou das ameaças que vinha fazendo à Ucrânia como as intensificou. Seria isso sinal de força ou evidência de que já perdeu o principal? Vamos ver.

Diante dos protestos dos EUA em razão da ocupação da Crimeia — até agora, quase sem tiros — e dos muxoxos, não muito mais do que isso, da União Europeia, o presidente russo foi bem mais explícito do que vinha sendo até então. Numa entrevista coletiva concedida nesta terça, deixou claro que não reconhece o governo provisório da Ucrânia; afirmou que o que se deu no país foi um golpe de estado; que Victor Yanukovich, que foi deposto pelo Parlamento ucraniano, é o presidente legítimo do país e que não descarta uma intervenção militar. Ao contrário: disse, sim, considerar essa possibilidade.

O presidente dos EUA, Barack Obama, reagiu à entrevista de Putin com uma declaração francamente incompreensível. Afirmou: “Putin parece ter outra equipe de advogados, talvez outro conjunto de interpretações. Mas eu acredito que  não esteja enganando ninguém”.

Ora, Putin pode ser acusado de muita coisa, menos de estar tentando enganar. Ao contrário até: ele foi muito explícito na sua truculência. E deu de ombros até mesmo para a ameaça de isolamento internacional. A Rússia vende 36% do gás consumido na Alemanha, 27% do consumido na França e 23% do consumido na Itália. Os países europeus se posicionaram claramente contra a intervenção russa, deram um prazo até esta quinta para Putin retirar os soldados da Crimeia — ou prometem maiores dificuldades nas relações diplomáticas —, mas não parecem dispostos a ir muito além disso, com sanções também comerciais.

Putin já deixou claro que pode, sim, usar o gás como moeda de troca: ele cortou os 30% de desconto que oferecia ao governo anterior da Ucrânia. John Kerry, secretário de Estado americano, está em Kiev e ofereceu US$ 1 bilhão em “ajuda energética” para os ucranianos — justamente para pagar a conta do gás. Os demais países europeus prometeram colaborar.

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O governo alemão, no entanto, já deixou claro que não vê sentido em suspender, como querem os EUA, a reunião do G8 — as sete nações mais ricas do mundo e a Rússia. Em sua entrevista, diga-se, Putin também se referiu ao encontro, previsto para acontecer em seu país. Disse que está pronto para receber os líderes dos sete países ricos, mas que, caso decidam não comparecer, paciência.

Nesta terça, um grupo de 300 soldados ucranianos tentou se aproximar da base área de Belbek, na Crimeia, e foi repelido por militares da Rússia, que deram tiros para o alto. Não houve confronto. O evento, embora sem importância em si, revela a natureza da intervenção, que é pacífica até o momento em que deixa de ser.

O urso ameaça, mas será que tem todo esse poder? A ideia de que um país possa ser tutelado desse modo por outro é incompatível com uma Europa civilizada. A única saída, parece, é realizar eleições na Ucrânia, sob severa vigilância internacional. E aí seja o que o povo quiser. A decisão tende a ser contra a tutela russa.

A Crimeia, no entanto, que tem um governo local e goza de relativa autonomia, jamais deixará de ser pró-Rússia porque essa é a vontade da esmagadora maioria do seu povo, que é russa. Talvez seja esse o preço de Putin por uma derrota no resto da Ucrânia, que, a esta altura, parece certa.

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