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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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PUC – O que explica o desastre. Ou: Não-maconheiros da PUC, uni-vos! OU: CHEGA DE MINORIAS IMPONDO SUA VONTADE ÀS MAIORIAS

A causa mais imediata e recente da tentativa de golpe que os maconheiros tentam dar na PUC em São Paulo deve ser buscada no Supremo Tribunal Federal. A peça do excelente ministro Celso de Mello, relator do tema, é um manifesto candente em defesa da liberdade de expressão. É uma pena que tenha servido, com […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 10h45 - Publicado em 16 set 2011, 17h35

A causa mais imediata e recente da tentativa de golpe que os maconheiros tentam dar na PUC em São Paulo deve ser buscada no Supremo Tribunal Federal. A peça do excelente ministro Celso de Mello, relator do tema, é um manifesto candente em defesa da liberdade de expressão. É uma pena que tenha servido, com suas doutas e respeitabilíssimas circunvoluções, para justificar a apologia do crime. Os maconheiros se sentiram estimulados a impor à maioria os seus hábitos, seus costumes, seus vícios. Se preciso, como é o caso, ameaçam ou impedem o funcionamento normal de uma instituição em defesa de seu gosto particular. É uma prática típica dos fascistas.

Há também a cultura de condescendência — e, em certos casos, de incitamento ao consumo — com as drogas, que está em todo canto, muito especialmente nos meios de comunicação. Notem que, no Brasil, ou os viciados são vistos como “militantes  alternativos” ou como vítimas. Em qualquer dos dois casos, são seres dotados apenas de direitos, nunca de deveres. A sociedade só entra na conta quando é convidada a pagar a conta do tratamento dos dependentes. Se o indivíduo quer ser um inimputável no país, tem dois caminhos: ou vira petista ou passa a consumir drogas — deve haver casos de dupla militância; gente que consome maconha e Zé Dirceu ao mesmo tempo… Que mistura!

Mas há também as causas remotas. Notem: em praticamente todos os países do mundo, o consumo de drogas e álcool entre universitários é maior do que o que se verifica na média da população. Explica-se a coisa de dois modos. Aos 50 anos, já posso dizer que a juventude tem muitas bênçãos, mas também é um mal que tem cura. Dos hormônios às idéias em ebulição e, muitas vezes, ainda sem hierarquia, muita coisa concorre para a escolha da transgressão. Em parte, a biologia explica. Mas não é esse o fator principal.

Ao contrário do que afirma a presidente Dilma Rousseff, MAIS EDUCAÇÃO NÃO É SINÔNIMO DE MAIS ÉTICA. Num país como o Brasil, em que os universitários ainda são uma minoria, pode até significar menos. Uma parcela desse segmento se sente apartada das leis que regulam o restante do povo; essa gente acredita mesmo que pode não só viver em seu próprio mundo como impô-lo aos outros.

A PUC não fica longe aqui de casa. Já aconteceu algumas vezes de ter de passar perto da faculdade para buscar as filhas na casa de amigas etc. O que se vê ali é um caso flagrante de desrespeito aos direitos de terceiros, de incompreensão do que é a vida em sociedade, de agressão aos moradores do bairro. Daqui a pouco, as pessoas comuns, a população — e isso vale especialmente para as cidades do interior —, vão preferir que suas respectivas cidades recebam presídios em vez de universidades. Sei do que estou falando porque conheço os dados: infelizmente, a demanda por drogas de São Carlos, por exemplo, não está ligada à comunidade local, mas aos “estudantes”, boa parte vinda de outras cidades. É a maioria? É evidente que não! Nunca é! Os consumidores de drogas no país são minoria em qualquer segmento. Mas fazem um estrago gigantesco!

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Veja lá, presidente Dilma: esses estudantes — muito especialmente os maconheiros da PUC, porque é deles que estamos falando — puseram o seu acesso à cultura a serviço da FALTA DE ÉTICA, que, à diferença da moral, que é sempre privada, diz respeito à convivência com o outro. Há tempos as festas da PUC, às sextas-feiras, são um exercício notável de autoritarismo: seus promotores impõem a sua vontade ao bairro de Perdizes, aos moradores das imediações da faculdade em particular, à maioria dos estudantes que, vejam que escândalo!, gostariam apenas de… estudar! E eu aposto o mindinho que esses fascistas se acham “progressistas”, “modernos” e “libertários”. Não faltará quem diga: “Reinaldo escreve isso porque é de direita”, a exemplo daquele sociólogo, o Cabeção, que acha “de direita” tudo o que é contra a vontade dos seus clientes…

Laxismo
Hormônios em ebulição, ausência de hierarquia de valores, autoritarismo típico dos privilegiados… Isso está presente em todo canto. Por que se atingiu na PUC o paroxismo? Por que em nenhuma outra instituição o laxismo foi tão longe, e não é de hoje. A PUC entregou — não é coisa dessa gestão — a universidade ao comando dos “alternativos”, especialmente nos cursos que não são técnicos, em que a opinião costuma tomar o lugar da ciência. Nenhuma outra instituição se abriu tanto à “militância” dos alternativos. Contou muito para isso, infelizmente, o chamado “comando progressista” da Igreja Católica em São Paulo… Quando se tentou retomar as rédeas, a coisa já tinha ido longe demais.

Há um episódio emblemático: a chamada “invasão da PUC”, ocorrida em 1977. Foi mesmo brutal, com muitos presos e feridos. A partir dali, estabeleceu-se que, na PUC, quase tudo é permitido, e qualquer tentativa de impor a ordem ou de estabelecer uma economia de valores que esteja ligada à eficiência, ao cumprimento das regras, do regimento ou da lei é considerada coisa de gente autoritária. Simbolicamente, é como se as pessoas tivessem sempre de optar entre “invasores” e “invadidos”. É claro que aquela ocorrência se cobriu de mitologia — e nem vou neste texto reparar algumas inverdades. Fica para outra hora. O fato é que ali está uma espécie de marco zero da anomia de hoje, que leva a reitoria a suspender as aulas para que o campus não abrigue uma festa em defesa da legalização ou descriminação da maconha — tanto faz nesse caso.

Ora, o evento que estava marcado para esta sexta é apenas a culminância de uma seqüência de desmandos impostos pela minoria. E que conta, vê-se pelos depoimentos, com a anuência de algumas das chamadas “lideranças estudantis” — de resto, não lideram nada porque representam, também, apenas fatias da extrema minoria que se ocupa do movimento estudantil.

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A exemplo de todas as entidades ou grupos em que a esquerda está no comando, temos uma larga maioria tiranizada por uma extrema minoria, que impõe a sua vontade. A coisa vai longe. Naquele textão da manhã de hoje, falei bastante sobre a esquerda. Seus remanescentes estão por aí — ainda que a pauta de agora seja a maconha. Lênin deve ter umas 300 passagens — escrevia mais do que eu (rsss…) — sobre o, digamos, “direito” (esta palavra, emprego-a eu) que  a minoria organizada, dotada de “consciência histórica”, tem de se impor à maioria desorganizada. Mussolini não escreveria — nem agiu — de modo diferente.

A desordem prosperou na PUC, e, hoje, a minoria tirana e barulhenta se impõe à maioria democrática e silenciosa. Em nenhum lugar essa gente chegou tão longe, mas essa história, como se vê, não é nova. Essa gente vai sair berrando aos quatro ventos que essa crítica é coisa de reacionários etc e tal. O fato é o seguinte: ou os estudantes DE FATO da PUC reagem, ou se tornarão servos da vontade dos maconheiros. Eu só tenho uma proposta, que muitos dirão reacionária a mais não poder: QUE PASSEM A VIGORAR, NA UNIVERSIDADE, DOIS CÓDIGOS, QUE PROTEGEM OS DIREITOS DE TODOS, MESMO DOS MACONHEIROS: A CONSTITUIÇÃO E O CÓDIGO PENAL.

Chega de minorias impondo sua vontade à maioria!

PS – A PUC-SP prova que Dilma está errada, e eu, certo: não falta educação formal aos maconheiros. Tiveram creche, sucrilho, Toddynho, escola boa e videogame. E, no entanto, lhes falta ética.

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