PT e PMDB fazem pressão, e relator revê quebra de sigilo da Delta nacional
No Estadão: Em sessão tumultuada, em que dois dos três depoentes optaram por ficar calados e em alguns momentos beirou a baixaria, o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), deu sinais ontem de que desistiu de defender a imediata quebra de sigilo da Delta Construções em nível nacional. […]
No Estadão:
Em sessão tumultuada, em que dois dos três depoentes optaram por ficar calados e em alguns momentos beirou a baixaria, o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), deu sinais ontem de que desistiu de defender a imediata quebra de sigilo da Delta Construções em nível nacional.
Acordo entre PT, PMDB e PSDB adiou para próxima terça-feira, dia 29, a votação de requerimentos com a abertura das contas da Delta e a convocação de três governadores supostamente envolvidos com o esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Cunha está sendo pressionado por PMDB e PT para poupar a empreiteira nas investigações e evitar a aprovação de requerimento a favor do fim do sigilo. Para voltar atrás, o relator argumentou que a Operação Saint-Michel, cujas apurações deverão chegar nos próximos dias à CPI, já abriu as contas da Delta nacional.
A Saint-Michel foi deflagrada pelo Ministério Público do DF, como continuidade da Operação Monte Carlo. “A Saint-Michel já fez a quebra de sigilo. Quero ver o que existe nessa operação”, disse Odair. “O papel da Delta deve ser investigado, mas com método e análise para fazer a quebra de sigilo.” Ele disse que analisará os autos da operação até terça-feira, dia da sessão administrativa da CPI. Só então decidirá se pedirá a quebra do sigilo.
Acordo entre lideranças do PT, PMDB e PSDB evitou a votação ontem de requerimento com a quebra de sigilo da Delta e de convocação de três governadores: o tucano Marconi Perillo, de Goiás; o petista Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, e do Rio, o peemedebista Sérgio Cabral.
A estratégia dos governistas é tentar aprovar na terça apenas a convocação de Perillo. Requerimento de autoria do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), apoiado pela maioria da CPI, pede preferência para a votação da convocação de Perillo. Os aliados, sobretudo petistas, alegam que as provas de envolvimento de Perillo com Cachoeira são incontestáveis, daí a urgência para convocar o tucano. Agnelo e Cabral também são alvo de pedidos de convocação, mas estão sendo blindados porque a maioria da comissão é de partidos aliados.
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