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PT blinda Pagot e Cavendish e CPI adia convocações

Por Laryssa Borges, na VEJA Online: Em votação apertada – 16 votos a 13 -, a CPI do Cachoeira decidiu nesta quinta-feira adiar novamente a convocação do empresário Fernando Cavendish, ex-presidente da construtora Delta, empresa que está no centro das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso Nacional. Por um placar um pouco mais […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 08h37 - Publicado em 14 jun 2012, 16h47

Por Laryssa Borges, na VEJA Online:
Em votação apertada – 16 votos a 13 -, a CPI do Cachoeira decidiu nesta quinta-feira adiar novamente a convocação do empresário Fernando Cavendish, ex-presidente da construtora Delta, empresa que está no centro das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso Nacional. Por um placar um pouco mais folgado – 17 votos a 13 -, os parlametares evitaram também a convocação do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot. O PT votou em bloco em favor do adiamento das duas convocações.

Cavendish é o autor, em trecho captado pelos grampos da Polícia Federal, da frase: “Se colocar 30 milhões de reais na mão de político, ganha negócio”. Amigo pessoal do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), o empresário deixou o comando da Delta assim que estourou a informação de que a empreiteira atuava em parceria com o esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira para a obter benefícios irregularmente.

O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), foi o primeiro a defender, durante a sessão, que a convocação de Cavendish não fosse votada de imediato. Segundo ele, ainda não foram analisados documentos suficientes para embasar futuramente a oitiva do empresário. “Estamos discutindo as relações da Delta com a organização criminosa e a quem serviu essa empresa”, disse Cunha. “Precisamos fazer que venham à CPI pessoas cujos vínculos sociais, econômicos, políticos e patrimoniais fiquem evidentes”, completou o relator ao defender o sobrestamento da votação sobre o ex-presidente da Delta.

Pagot
O ex-diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, tem dito que está à disposição da CPI para trazer à tona informações sobre a atuação da Delta e sobre suas relações promíscuas com agentes públicos. Apeado do governo da presidente Dilma Rousseff depois de denúncias de irregularidades na autarquia e no Ministério do Transporte, Pagot afirma que verbas públicas foram utilizadas como caixa dois de campanhas políticas. O ex-chefe do Dnit também afirmar ter havido desvio de recursos da obra do Rodoanel, em São Paulo, para a campanha do tucano José Serra à Presidência da República em 2010 e de Geraldo Alckmin ao governo paulista no mesmo ano.

Assim como fez com Fernando Cavendish, o relator Odair Cunha defendeu que a convocação não fosse aprovada agora porque muitos documentos em poder do colegiado ainda não foram analisados. “Precisamos nos deter às informações que esta CPI tem”, disse. “Entendo que, se Pagot quer prestar alguma informação relevante, terá oportunidade segundo a nossa conveniência”. O relator afirmou ainda que, se Pagot tiver denúncias a serem feitas, deve procurar de imediato a Polícia Federal. “Se alguém quiser declarar alguma coisa ou denunciar algum crime e tiver urgência, deve procurar a Polícia Federal”.

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Para o senador Pedro Taques (PDT-MT), a decisão de não aprovar a convocação imediata do ex-diretor-geral do Dnit reflete o “medo” que os parlamentares têm das revelações que ele pode fazer. “Não podemos transformar essa CPI em uma enrolação, em uma CPI café com leite”, protestou. “Pagot é um fio desencapado. Ele está desesperado para falar e precisa falar”.

A briga entre PT e PSDB sobre as revelações de potencial destrutivo de Pagot motivou parlamentares dos dois partidos a apresentassem à CPI requerimentos para a oitiva de Serra, hoje candidato tucano à prefeitura de São Paulo, e da presidente Dilma Rousseff.

O pedido de convocação da chefe do Executivo foi duramente criticado na CPI nesta quinta-feira, ainda que o PSDB tenha depois transformado a iniciativa em um requerimento de informações à presidente. Por considerar o pedido inconstitucional, o presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), rejeitou sumariamente o pleito tucano. “Tenho a prerrogativa de rejeitar liminarmente o requerimento por ser um atentado à Constituição Federal”, disse.

Matriz
A CPI do Cachoeira já aprovou a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico da matriz da construtora. Os advogados da empresa tentaram, sem sucesso, barrar no Supremo Tribunal Federal (STF) a devassa.

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Conforme o delegado Matheus Mela Rodrigues, da Polícia Federal, a Delta teria se beneficiado em contratos por ter dirigentes diretamente ligados a Cachoeira. Em sessão reservada à comissão de inquérito, o policial disse ter informações de que a Delta transferiu 39 milhões de reais para as empresas JR, Brava e Alberto&Pantoja, utilizadas pelo bicheiro para lavagem de dinheiro e evasão de divisas a paraísos fiscais.

A Alberto&Pantoja, por exemplo, foi responsável por transferências à empresa Excitant, cuja dona é a cunhada de Cachoeira. A Excitant é a titular dos três cheques no valor total de 1,4 milhão de reais recebidos pelo governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), na venda de uma mansão em Goiânia.

VEJA revelou que o acesso às contas da Delta coloca a CPI no caminho de comprovar que mais de 100 milhões de reais em dinheiro clandestino abasteceu campanhas políticas e pagou propinas a servidores públicos. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de inteligência do Ministério da Fazenda, registrou em relatório que a Delta aparece relacionada com movimentações atípicas entre 2006 e o ano passado.

Antes do início da sessão desta quinta-feira, a CPI do Cachoeira havia votado 328 requerimentos e aprovado 57 quebras de sigilo, 18 convocações e três convites para autoridades comparecerem ao colegiado.

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