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PSDB, PSD etc. Ou: Sobre astúcia e conspiração

Na festa da Força Sindical de domingo, informou a Folha, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou o PSD. Escreveram Daniela Lima e Vera Magalhães: “Questionado se o prefeito é hoje aliado ou adversário dos tucanos, Aécio disse: ‘Eu ainda não descobri. Respeito o Kassab, mas esse partido [o PSD] nasce sem identidade’.” Eu até lembrei […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 12h06 - Publicado em 3 Maio 2011, 07h53

Na festa da Força Sindical de domingo, informou a Folha, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou o PSD. Escreveram Daniela Lima e Vera Magalhães: Questionado se o prefeito é hoje aliado ou adversário dos tucanos, Aécio disse: ‘Eu ainda não descobri. Respeito o Kassab, mas esse partido [o PSD] nasce sem identidade’.” Eu até lembrei aqui que, em relação aos tucanos, não há dúvida: o PSD é aliado. O PSDB ocupa um bom pedação da Prefeitura de São Paulo. A presença do senador mineiro em São Paulo foi interpretada por parte da imprensa como um alinhamento com o governador Geraldo Alckmin — do outro lado da linha, nessa formulação, ficaria José Serra. Pois bem…

Eis que se lê no Estadão de hoje o seguinte texto de Christiane Sanmarco:
Até agora mero espectador do inchaço do PSD e do definhamento do DEM, o senador tucano Aécio Neves (MG), aspirante a candidato do PSDB à Presidência em 2014, colocou o partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, no centro de seu radar de alianças. Com isso, o mineiro, que já tem o “espólio” do DEM, busca alargar sua rede de segurança política.

Ontem, um dia depois de criticar ataques de tucanos ao PSD e de defender a tese de que é preciso “conversar e manter vínculos” com os líderes do novo partido, o senador deu um passo concreto para se aproximar da cúpula da legenda. Jantaria em Uberaba com o ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen, linha de frente do prefeito de Kassab nas articulações para criar o PSD.

Todos os que têm pretensão política devem manter as portas abertas. Acho inteligente a posição de Aécio de evitar críticas ao PSD”, disse o ex-senador Bornhausen ao Estado no final da tarde de ontem, quando se preparava para o jantar na casa do deputado Marcos Montes (DEM-MG), parlamentar aecista. “A gente pode amanhã estar junto. Então, por que fazer crítica mais ácida?”, emendou o ex-senador.

Com o incentivo de Bornhausen, Aécio se movimenta para fincar um pé na nova legenda, evitando que seu concorrente no PSDB – o ex-governador José Serra, que também tem um pretensões presidenciais em 2014 – tenha um canal exclusivo de diálogo com os dissidentes do DEM que estão migrando para o PSD, já que Kassab é afilhado político do ex-governador paulista.

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(…)
Com Alckmin. Anteontem Aécio conversou com o governador, Geraldo Alckmin, sobre a crise no PSDB paulista, intensificada pela criação do PSD. Os dois se encontraram antes do evento e seguiram juntos para o encontro dos sindicalistas. Apesar de ter minimizado o racha no partido, o governador teria demonstrado desconforto com a ação de tucanos que estariam atuando contra a unidade.

Anfitrião do jantar de ontem em Minas, o deputado Marcos Montes informou que a senadora Kátia Abreu (TO), outra que está trocando o DEM pelo PSD, também era aguarda. Embora a lista de convidados fosse extensa — em torno de 60 pessoas — ele adiantou que Bornhausen e Aécio seriam acomodados à mesma mesa. “Eles são bons amigos. Bornhausen tem grande admiração pelo Aécio”, justificou. Aqui

Comento
Há só uns pequenos reparos a fazer em nome da precisão, nem para o bem nem para o mal de ninguém. No domingo, como está registrado na Folha, na presença de Alckmin, Aécio atacou o PSD — “sem identidade”, segundo ele. Kassab já existia antes de Serra e não é seu “afilhado” político. Quem o escolheu vice na chapa encabeçada por Serra em 2004 foi o DEM, com o aval do então governador, Geraldo Alckmin. Isso tudo é fato, e basta consultar o noticiário da época. Serra não participou da escolha.

Voltemos ao texto de Cristiane Sanmarco, do Estadão. Façam um pequeno exercício. Troquem Aécio por Serra e se indaguem a respeito das reações. Tenho cá a impressão de que o jantar, noticiado como um ato de astúcia do senador mineiro, poderia ganhar ares de conspiração se o comensal fosse o paulista.

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Talvez seja o caso de botar a bola no chão. O PSD é um fato — que, tudo indica, será muito mais evidente e eloqüente do que todos esperavam — e nasce de um desacerto óbvio, ocorrido no DEM, fortalecido depois pela bateção de cabeça no tucanato. Ninguém foge de casa se as coisas estão mais ou menos nos eixos.  Não dá para acusar o PSD de molestar democratas e tucanos inocentes, não é mesmo?

Como o partido é uma realidade, dado que Aécio, Serra e Alckmin alimentam justas pretensões presidenciais, hostilizá-lo, com efeito, não parece muito inteligente. Aécio é rápido, não é? Percebeu isso. Dos três tucanos de alta plumagem, vejam só!, é o primeiro a jantar com Jorge Bornhausen, um dos lideres da dissidência democrata que resultou no PSD.

A Folha informa na edição de hoje, vejam abaixo, que Aécio e Alckmin fizeram uma aliança para eleger o comando do PSDB. Não sei bem qual era a expectativa de certos setores do tucanato. No melhor dos mundos (para quem?), parece, Serra atacaria Kassab e o PSD em defesa do PSDB de São Paulo, liderado por Alckmin, que, então, estaria unido a Aécio, que ontem jantou com a cúpula do PSD que pretendiam que Serra tivesse atacado. Entenderam?

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