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PSDB, Doria e Alckmin são os grandes vitoriosos. E como fazer para que isso não seja a véspera de uma derrota

Partido vence no primeiro turno em duas capitais, deve ganhar em mais três, tem boas chances em outras duas e pode chegar a 10. Mas 2018  já foi lançado no mercado político. Que se cuide dele então!

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 21h40 - Publicado em 3 out 2016, 09h22

Se o PT e Lula foram os grandes derrotados, é evidente que há os vitoriosos acima de qualquer contestação. São eles: João Doria, o PSDB e Geraldo Alckmin. Comecemos pelo futuro prefeito. Elege-se, de modo inédito, no primeiro turno para administrar a maior cidade do país. Acumulou recordes. Nunca se tinha visto ascensão parecida.

O PSDB, obviamente, é o partido que obtém o melhor resultado. Se perde do PMDB no número de prefeituras, vence por larga margem quando se considera a população que estará sob a sua gestão. Já no primeiro turno, a legenda venceu em duas capitais: São Paulo e Teresina. E disputará o segundo em outras oito. A vitória é considerada certa em Belo Horizonte, Manaus e Maceió. Tem grande chance de ganhar em Porto Alegre e Belém. Em Cuiabá, Campo Grande e Porto Velho, o resultado é incerto. Vale dizer: sairá dessa disputa com pelo menos cinco capitais, com boas chances de chegar a sete. No limite, pode alcançar dez.

Mais um pouco: o partido tem o vice-prefeito de Palmas, com eleição já definida, e pode eleger o vice de Curitiba, Goiânia e Florianópolis. A legenda venceu no primeiro turno em 11 municípios com mais de 200 mil eleitores e que, portanto, estavam sujeitos a um segundo: Itaquaquecetuba, Barueri, São José dos Campos, Praia Grande, Piracicaba, Taboão da Serra, Mogi das Cruzes, Santos, todos no Estado de São Paulo. Ganhou ainda em Governador Valadares (MG), Ananindeua (PA), Pelotas (RS) e Campina Grande (PB).

O resultado, acreditem, surpreendeu os próprios tucanos.

Mas há, é evidente, o grande vitorioso dessa disputa em escala nacional. Seu nome é Geraldo Alckmin. Soube ler direito a natureza do jogo em São Paulo. Havia, e há, certo fastio da política tradicional. E alguém precisava vocalizar esse sentimento sem ser, no entanto, um outsider. E João Doria se encaixava perfeitamente no figurino. Embora transite no mundo empresarial e também político, não é um disputador profissional de eleições — o que lhe permitiu dizer: “sou gestor”. Era a cara nova de que o próprio PSDB precisava. Afinal, desde 2002, as eleições locais — estaduais ou municipais — são disputadas ou por José Serra ou pelo próprio Alckmin.

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Ao lançar o mote do político não profissional, Doria emprestou certo ar de obsolescência a todos os seus adversários. Mas ele o fez, no entanto, sem agressividade, sem crispação, sem violência retórica. Quando essa linguagem se casou com o antipetismo da cidade e o desastre da administração Fernando Haddad, chegou-se à fórmula irresistível. Celso Russomanno e Marta Suplicy derreteram. E Haddad nunca conseguiu sair da praia. Lá morreu.

É claro que Doria é político porquanto é filiado a um partido e pleiteou um cargo que só lhe pode ser dado pela política. Mais: político se revelou quando, no discurso da vitória, fez o óbvio: lançou o nome de Geraldo Alckmin como um dos postulantes tucanos à Presidência da República. E ninguém precisa ser muito bidu para saber que assim são as coisas.

Alckmin já podia reivindicar essa condição desde o resultado das eleições de 2014: o Estado deu uma vitória acachapante a Aécio Neves — e Minas lhe faltou, como se sabe. O governador de São Paulo perdeu a eleição num único município na disputa pelos Bandeirantes. Venceu-a em 644. E agora realiza o prodígio de ter indicado e bancado um nome fora do establishment tucano que estreia em eleição acumulando ineditismos.

O que isso significa? O óbvio: o nome de Alckmin cresce como potencial candidato do PSDB à Presidência. E quem há de lhe negar tal condição natural?

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Como diz meu amigo Augusto Nunes, o PSDB é um partido estranho, que não consegue se unir nem na vitória.

O cenário está dado, e se poderia anunciar, desde já, a forma da disputa futura. Ou se terá carnificina. E isso num cenário que, todos sabemos, anda sensível a novidades. Aécio Neves, Geraldo Alckmin, José Serra, Fernando Henrique e outros deveriam, desde já, marcar um encontro para decidir até mesmo a data das prévias de 2018. Antes que as conversas florentinas de público cedam a métodos bem mais truculentos nos bastidores. Ou se faz isso, ou, como disse certa pensadora, uma tal Dilma, “não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder vai ganhar ou perder: vai todo mundo perder”. Entenderam?

Urge, pois, que uma vitória fragorosa do PSDB não seja a véspera de uma derrota.

E que ninguém venha com a conversa de que “não é hora disso”. É hora disso, sim, porque isso já está aí.

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