PSC vai rediscutir indicação de pastor. Ou: “Liberdade é, apenas e exclusivamente, a liberdade dos que pensam de modo diferente”.
Lembrei ontem aqui, num post sobre os protestos contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), que Gilberto Carvalho havia afirmado, no ano passado, que o PT passaria a disputar influência com os evangélicos. Isso já está em curso. Leiam o que informa O Globo. Volto em seguida: O líder do PSC na Câmara, André Moura (SE), convocou reunião […]
Lembrei ontem aqui, num post sobre os protestos contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), que Gilberto Carvalho havia afirmado, no ano passado, que o PT passaria a disputar influência com os evangélicos. Isso já está em curso. Leiam o que informa O Globo. Volto em seguida:
O líder do PSC na Câmara, André Moura (SE), convocou reunião da bancada para esta terça-feira, para reabrir a discussão sobre a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos, segundo informou sua assessoria. Informação divulgada pela assessoria do líder, nesta segunda-feira à noite, diz que as manifestações de setores da sociedade brasileira insatisfeitos com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) levaram à convocação de uma reunião da bancada. O texto diz que há “repercussões negativas em todo o país que não devem ser desconsideradas pelo partido”.
André Moura disse, segundo sua assessoria, que a discussão saiu totalmente do campo político e se transformou numa batalha de interesses contrariados: “Sinto que é preciso dialogar. Temos plena confiança que o deputado Feliciano desempenhará o cargo com eficiência e respeito a todas as correntes de opinião. Contudo, a Câmara dos Deputados e o PSC precisam estar em sintonia com o sentimento da sociedade brasileira”.
O líder do PSC também lamentou a repercussão, classificando como “estranha a reação de grupos ligados a partidos políticos da própria base do governo, através das redes sociais e de manifestações de rua, que agora tentam impedir a permanência do deputado Feliciano no cargo”.
A discussão na bancada promete ser polêmica, pois não há disposição por parte do comando do PSC de voltar atrás. O vice-presidente nacional do partido, Everaldo Pereira, por exemplo, garante que este assunto está encerrado e que o partido manterá Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos.
(…)
Voltei
As palavras do líder são ambíguas, mas se constata a sua indisfarçável vontade de destituir Feliciano. Vamos ver. Algo mais do que a presidência da Comissão está em jogo, não é mesmo? Caso Feliciano seja destituído por esses motivos, melhor será criar um Tribunal do Laico Ofício para julgar as convicções religiosas dos parlamentares.
Presidentes de comissão acusados de roubo de dinheiro público e de receber propina, tudo bem! Evangélico não pode! “Não é porque ele é evangélico, mas porque é racista e homofóbico.” Lamento! Não estão caracterizados nem racismo nem homofobia. Eu jamais votaria nele, reitero. Mas não vou cair no conto de totalitários disfarçados de defensores da causa democrática.
Nesse particular, eu estou com a comunista Rosa Luxemburgo e não abro: “Liberdade é, apenas e exclusivamente, a liberdade dos que pensam de modo diferente”.