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Principal investigação sobre black blocs acaba em SP sem acusar ninguém

Com todas as vênias, é claro que se trata de um caso de incompetência da Polícia Civil, que conduziu as investigações. Por que é possível afirmar isso? Porque crimes em penca foram cometidos, mas são crimes sem criminosos

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h40 - Publicado em 25 jan 2016, 07h27

 

Não quero nem ser nem parecer leviano, até porque não conheço detalhes, mas leio na Folha que a principal investigação sobre black blocs acabou sem acusar ninguém. Com a devida vênia, parece que estamos diante da soma indesejada da leniência com incompetência. Fazer o quê? Infelizmente, esse par não é assim tão raro.

Incompetência de quem? Daquela parte da Polícia Civil que ficou responsável pelo inquérito. Não me parece também, sempre destacando as exceções, que o Ministério Público tenha se interessado vivamente pela questão. Os investigados foram detidos nas manifestações de 2013 e início de 2014.

O que a Polícia Civil tem a oferecer a respeito? Nada! Até mesmo a óbvia associação entre o Movimento Passe Livre e os black blocs não ficou provada. É mesmo? Assim, estamos diante de mais um portento parido em Banânia: o crime sem criminosos.

A conclusão da investigação transforma os black blocs apenas em baderneiros avulsos, sem quaisquer conexões entre si. Escreve a Folha: “Segundo os policias ouvidos, a maioria dos investigados não tinha formação política ou linha ideológica e se juntava à quebradeira pelo ‘efeito manada’”.

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É mesmo? Que encantadora essa gente espontânea!!! Ora, o fato de os black blocs só aparecerem em manifestações do Movimento Passe Livre certamente não quer dizer nada. Também é irrelevante que MPL jamais tenha condenado as depredações e insista que tudo não passa de um complô contra os movimentos populares. O fato é que a polícia investigou a coisa toda por dois anos. Os crimes se espalharam pela cidade. Já os criminosos não foram e não vão ser responsabilizados.

“Estepaiz”, como dizia aquele, está, a cada dia mais, brincando com o perigo. Também nesse área, vai começando a se consolidar aquela sensação permanente de impunidade.

O MPL é um movimento pequeno, mixuruca, embora notavelmente truculento. É assim desde que passamos a ter notícia dele. A ser como as coisas se desenham, é evidente que, num cenário de crise econômica, que ainda vai piorar muito antes de melhorar, é grande a chance de que comecem a pipocar aqui e ali manifestações violentas. Afinal, ninguém vai preso, não é mesmo?

É uma vergonha que assim seja. Marcelo Barone, promotor que atua no caso, afirma o óbvio: “Como havia grande articulação entre eles [black blocs], houve a ideia de enquadrá-los no Artigo 288 A, que vem a ser organizar grupos para praticar qualquer dos crimes previstos no Código Penal. Isso caía como uma luva, mas muitos delegados não entenderam assim”.

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Então ficamos assim: você pode quebrar, depredar, botar fogo onde quiser. Mas faça isso em grupo e com máscara. Como será difícil mesmo individualizar a acusação, nada vai acontecer.

Se, em algum momento, algum grupo de direita resolver quebrar banco, virar carro de polícia e lançar uma bomba dentro de uma estação do metrô, aí talvez alguém se lembre de que essas ações são criminosas e só podem ser praticadas por… criminosos.

Enquanto só as esquerdas forem adeptas disso que a imprensa chama “tática black bloc”, então se trata mesmo de movimento social. Hora dessas eles adquirem o direito até de matar.

É o fim da picada!

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