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PMDB foi esperto, assumiu liderança do processo e deixou PT a reboque na votação do Código Florestal

Parece que desta vez não há espaço para chicana de última hora, a exemplo daquela protagonizada por Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara, que adiou, há dias, a votação do Código Florestal. Tanto o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) como Vaccarezza dizem que o texto será mesmo votado hoje, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 11h53 - Publicado em 24 Maio 2011, 19h41

Parece que desta vez não há espaço para chicana de última hora, a exemplo daquela protagonizada por Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara, que adiou, há dias, a votação do Código Florestal. Tanto o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) como Vaccarezza dizem que o texto será mesmo votado hoje, mesmo sem acordo.

A votação será feita em duas etapas: primeiro se vota o texto de Aldo Rebelo como está e depois se vai votar a emenda 164, do PMDB, que autoriza os estados a regulamentar as ocupações em APPs (Áreas de Preservação Permanente). Segundo a proposta, a União define as regras gerais, e os estados, aquilo que poderá ser cultivado. Evidentemente, é o mais sensato. Imaginem se um burocrata de Brasília vai agora definir se o produtor do interior de Santa Catarina pode ou não continuar com a sua lavoura à beira do riacho, como fez seu pai, como fez o pai de seu pai, como fez o pai do pai de seu pai. Por que vou tão longe? Porque estamos falando de áreas centenárias de cultivo que os “verdes” querem deixar na ilegalidade. É uma sandice.

O PT e o governo fazem chegar à Câmara a informação de que não concordam com a proposta do PMDB, que tem o apoio dos partidos de oposição. Também rejeitam o que chamam de “anistia para desmatadores”, o que é um entendimento vesgo do processo;  gostariam ainda de mudar a dispositivo que isenta pequenos proprietários — até quatro módulos — de fazer a recomposição florestal. Isso tudo demandaria, ainda que Aldo Rebelo concordasse, mudança do texto. E ele já deixou claro que não muda. Até porque não dá. Que o governo procure fazer essas alterações no Senado, ora essa!

Quando Vaccarezza comandou, na prática, a obstrução de partidos da base que impediu a votação, fazia-o para impedir um destaque da oposição semelhante à emenda de agora do PMDB. Na prática, os petistas vivem hoje uma situação pior: acabaram passando o comando do processo para os peemedebistas.

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E este é o desdobramento político mais importante da votação do Código Florestal: o PT, mesmo profissional como é, errou bastante ao longo do processo. O relator do texto é um deputado da base, Aldo Rebelo, destacado membro de um partido de esquerda. Não fazia sentido, portanto, criar uma clivagem “oposição x governo”. Mas Vaccarezza e Paulo Teixeira (PT-SP), mesmo se detestando, acabaram investindo nessa falsa divisão.

E foi aí, então, que Henrique Eduardo Alves viu uma janela de oportunidades: “Opa! O PMDB é que vai comandar esse processo, unindo os outros partidos da base e até a oposição”. E está comandando. Hoje ou depois, com ou sem PT, o texto de Aldo Rebelo será aprovado pelo PMDB, com o apoio dos oposicionistas e demais partidos da base. O PT preferiu ficar com o PSOL e o PV.

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