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Perillo na CPI. Vamos ver se hoje será o primeiro dia do resto de uma farsa

Vamos ver. Esta terça tem tudo para ser o primeiro dia do resto dos descaminhos da CPI do Cachoeira. Por que afirmo isso? Hoje depõe o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que era um dos alvos daquilo que chamei os “Protocolos dos Sábios do PT”. Os outros eram o ministro Gilmar Mendes (tiro n’água), […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 08h39 - Publicado em 12 jun 2012, 07h50

Vamos ver. Esta terça tem tudo para ser o primeiro dia do resto dos descaminhos da CPI do Cachoeira. Por que afirmo isso? Hoje depõe o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que era um dos alvos daquilo que chamei os “Protocolos dos Sábios do PT”. Os outros eram o ministro Gilmar Mendes (tiro n’água), o procurador-geral da República (tiro n’água) e a imprensa (chuááá). Desde quando se ofereceu para depor, o noticiário contra o tucano avolumou-se de forma exponencial — e ninguém precisa ser muito bidu para saber a origem. Curiosamente, aquele setor do jornalismo que tenta se especializar em investigar fontes alheias não se interessa pelas fontes que vazam ou plantam notícias contra oposicionistas.

Notem bem, hein? Não estou aqui a dizer que Perillo é inocente disso ou daquilo, não! A história da venda de sua casa está enroladíssima. Duvido que ele próprio saiba de cabeça as versões que já foram relatadas na CPI. Também cresceu, mas muito menos, o noticiário contra Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal, que é do PT. Os petistas querem pegar Perillo; os tucanos estão de olho em Agnelo. Enquanto isso…

“Enquanto isso, o quê, Reinaldo?” Ora, enquanto isso, a CPI vai se desviando doce e suavemente do centro nervoso da investigação. Notem que o nome Delta, que demorou a entrar no noticiário — como adverti aqui desde os primeiros dias —, voltou a sumir dos jornais, dos sites, dos blogs… Isso obedece a uma estratégia. Antes que fale um pouco dela, reitero: não estou aqui a dizer que as acusações que pesam contra Perillo e Agnelo não devam ser investigadas. Devem, sim! Mas é evidente que elas não podem servir como cortina de fumaça para esconder o principal.

Ora, ora, ora… Como revelou Lauro Jardim, na coluna Radar, na VEJA desta semana, as duas empreiteiras que lideram o consórcio que venceu a licitação para o aeroporto de Viracopos, por exemplo, estão no laranjal da Delta. A lista do Coaf com movimentação suspeita de dinheiro é impressionante. Investigar a eventual infiltração do esquema criminoso de Cachoeira nos governos de Goiás e do Distrito Federal não impede que se apurem as lambanças do megaesquema da construtora. E isso é tudo o que o PT e o PMDB não querem.

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Pegar Perillo e encerrar logo
A CPI, os petistas já perceberam, não serve mais aos propósitos iniciais. A tramoia para tentar desmoralizar os adversários dos mensaleiros deu com os burros n’água. Os vingadores de Lula e Dirceu se concentram agora em tentar usar a maioria que têm na CPI para fazer ao menos uma vítima graúda: Perillo. Caso o governador se enrosque para valer na comissão, terão ao menos uma cabeça vistosa para exibir em praça pública, especialmente num momento em que os crimes do mensalão voltarão ao noticiário. A CPI, em si, nada pode fazer contra Perillo. Um processo criminal só poder ser movido pelo STJ, e o político, só pela Assembleia Legislativa. Não é com isso que conta a petezada: a turma quer que a comissão produza ao menos um Judas da oposição para ser malhado.

Insisto: se Perillo ou Agnelo se envolveram com a quadrilha de Cachoeira, que paguem por isso. Mas é uma obscenidade política deixar de investigar a Delta e seu controlador, Fernando Cavendish. O esquema de Cachoeira, no que diz respeito à construtora, era só o braço da rede no Centro-Oeste. E os demais? E o Rio de Janeiro de Sérgio Cabral? Mesmo depois de flagrada numa operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, a empresa recebeu R$ 139 milhões a juros camaradas do BNDES. Qual era o segredo de Cavendish?

Se a Delta ficar fora do alcance da CPI, a investigação poderá e deverá ser chamada, sem qualquer exagero, de farsa.

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