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PCdoB mente na TV: Jorge Amado, Drummond, Pagu, Portinari, Olga Benário e Niemeyer nunca pertenceram ao partido! É mais uma fraude!

O PCdoB deveria ser processado por propaganda enganosa. Numa das inserções no horário político, aparecem alguns nomes conhecidos da cultura brasileira que teriam sido ligados ao partido: Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Pagu, Portinari, Olga Benário e Niemeyer… É uma mentira deslavada, que já gerou até um justo protesto da historiadora Anita Leocádia Prestes, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 10h22 - Publicado em 26 out 2011, 05h39

O PCdoB deveria ser processado por propaganda enganosa. Numa das inserções no horário político, aparecem alguns nomes conhecidos da cultura brasileira que teriam sido ligados ao partido: Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Pagu, Portinari, Olga Benário e Niemeyer…

É uma mentira deslavada, que já gerou até um justo protesto da historiadora Anita Leocádia Prestes, filha de Olga Benário e Luiz Carlos Prestes. A história é um pouco longa, mas sintetizo.

O PCB nasceu em 1922 com o nome de “Partido Comunista DO Brasil”. Em 1956, no XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, Krushev denunciou os crimes de Stálin. No Brasil, o partido se dividiu — uma ala continuou fiel ao bigodudo facinoroso. As divergências foram crescendo. Em 1960, a linha majoritária do PCB, alinhada com Krushev e com a nova linha da URSS, iniciou uma campanha pela legalização. A locução adjetiva “do Brasil” indicava o que eram os partidos comunistas mundo afora: seções da nave-mãe. Isso alimentava a crítica de que se tratava de um grupo que atendia a um comando internacional, o que era, de resto, verdade! O PCB decide ser, então, “Partido Comunista Brasileiro”.

Pois bem: aquela minoria ferrenhamente stalinista, denhominada “Ala Vermelha”, foi expulsa do PCB (já “Partido Comunista Brasileiro) e decidiu, então, criar o “PCdoB” para ser o “verdadeiro Partido Comuinista do Brasil”. A partir de então, os dois grupos passaram a reivindicar a história daquela legenda criada em 1922. Nominalmente, um conservava a sigla, e o outro, o nome por extenso. Então deu empate? Não!

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O herdeiro do partido de 1922 era e sempre foi o PCB, não o PCdoB. Aqueles nomes todos, incluindo Oscar Niemeyer, que está vivo, foram ligados à nave-mãe, não àquela que foi expulsa em 1962, que partiu para a radicalização e para a luta armada. Foi ao partido original, pró-linha oficial da URSS, que Prestes continuou ligado. Afirmar que todos aqueles nomes, inclusive Olga Benário, pertenceram ao PCdoB é coisa tão seria quanto as explicações do ministro Orlando Silva. O PCB, no ambiente de desmoronamento do comunismo, deu à luz o PPS. Há um pequeno grupo que hoje reivindica aquela sigla, mas sem qualquer justificativa histórica.

Um partido capaz de mentir de forma tão clamorosa sobre fatos documentados, inquestionáveis, indubitáveis não se mostra mais respeitoso com a opinião pública sobre eventos recentes. Está à altura das desculpas de Orlando Silva!

Texto publicado originalmente às 22h09 desta terça
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