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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Para o “bem do país”, pode contar com o DEM, presidente! Não sei se é de graça. Já com os petistas… Aí só pagando!

Como apontei aqui nesta manhã, a primeira MP do ajuste fiscal, a 665, só foi aprovada na Câmara porque deputados de partidos de oposição — 8 do, DEM, 7 do PSB e um do Solidariedade — votaram com o governo. Não fosse assim, o Planalto teria perdido o embate por 236 a 243, mas venceu […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 01h27 - Publicado em 7 Maio 2015, 17h53

Como apontei aqui nesta manhã, a primeira MP do ajuste fiscal, a 665, só foi aprovada na Câmara porque deputados de partidos de oposição — 8 do, DEM, 7 do PSB e um do Solidariedade — votaram com o governo. Não fosse assim, o Planalto teria perdido o embate por 236 a 243, mas venceu por 252 a 227. A coisa tem a sua graça, não é? Dez deputados petistas deixaram Dilma na mão — nove ausentes e um voto contrário. Mas lá estavam os 16 oposicionistas. Que fique claro: eu acho, sim, o ajuste fiscal necessário. Mas também acho necessário que oposicionistas tenham uma estratégia, que não seja apenas a lógica da cooptação e dos arranjos. Mas esse não é o centro do meu texto.

Quem quase pôs tudo a perder foi o PT. O ajuste fiscal só não foi pro vinagre porque os peemedebistas Michel Temer e Eduardo Cunha resolveram dar uma demonstração de força, ainda que a bola tenha passado bem rente à trave — o que evidencia que o presidente da Câmara, por exemplo, menos estimula a resistência  ao Planalto no PMDB do que se põe como se líder oportuno. Ou por outra: não é Cunha quem faz uma Câmara com forte teor oposicionista; é o forte teor oposicionista que faz Cunha. Não entender essa relação corresponde a não entender nada.

O programa do PT no horário político foi de uma espantosa irresponsabilidade, tendo Lula como um de seus âncoras, a acusar o Congresso de cortar direitos trabalhistas. O partido não disse uma vírgula em favor do ajuste fiscal. Ao contrário até. Na luta permanente do “nós” contra “eles”, restou a sugestão de que “eles”, os não petistas, querem cortar direitos que a companheirada quer preservar. Mesmo para os padrões do partido, é impostura além da conta.

A petezada não esconde o que diz ser uma estratégia. Essa seria a lógica da “diferenciação” em relação ao governo Dilma; o partido, como fez ao longo de sua história, está pensando mais em si mesmo do que no país. Parece que os valentes deixaram para o DEM a tarefa de se ocupar dos destinos da nação…

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Ora, se é assim, por que, então, os petistas não entregam seus cargos? Por que não se distanciam do governo? Por que não passam a fazer uma franca oposição de esquerda a Dilma? Não fazem porque se trata de mera picaretagem. Hoje, o partido está em busca de um discurso. Como não pode, sem o peso do rompimento, mandar a presidente para a boca dos leões, inventa a teoria estúpida, comprada por parte da imprensa, de que o governo está sendo disputado por grupos de direita e de esquerda. Nessa perspectiva, o PT forçaria de um lado porque há aliados forçando do outro.

Pois é… Ocorre que, nessa brincadeira, a Câmara não derrota por um triz a primeira Medida Provisória do ajuste fiscal. Os petistas não querem, em suma, o ônus de governar, mas apenas o bônus do aparelhamento do estado. É espantoso que uma força-tarefa de ministros e o vice-presidente, também coordenador político, tenham de se mobilizar para aprovar um ajuste fiscal sem o qual Dilma estaria em sérias dificuldades. E é ainda mais impressionante que tenha sido Lula, pessoalmente, a fulminar um bom número de votos em favor da MP.

Encerro com uma nota sobre os oito votos que o DEM deu ao governo, sob o pretexto de que os deputados estavam pensando no país: como os nobres parlamentares não conheciam os votos de cada um dos deputados da imensa base do governo, não se pode dizer que tenham atuado como Minerva, né? A bem da verdade, não se deve vender ao distinto público a vontade de aderir com convicções superiores. Além de ninguém acreditar, afronta a ordem dos fatos.

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