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Papa deixa “porta aberta” para discutir celibato na Igreja

Na VEJA.com. Volto no próximo post. O papa Francisco sinalizou uma possibilidade de discussão sobre o celibato dentro da Igreja Católica, em entrevista concedida durante o voo de volta a Roma depois da primeira visita do pontífice à Terra Santa. “A Igreja Católica tem padres casados, católicos ??gregos, católicos coptas e no rito oriental. Não […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 03h47 - Publicado em 27 Maio 2014, 14h35

Na VEJA.com. Volto no próximo post.
O papa Francisco sinalizou uma possibilidade de discussão sobre o celibato dentro da Igreja Católica, em entrevista concedida durante o voo de volta a Roma depois da primeira visita do pontífice à Terra Santa. “A Igreja Católica tem padres casados, católicos ??gregos, católicos coptas e no rito oriental. Não é um debate sobre um dogma, mas sobre uma regra de vida que eu aprecio muito e que é um dom para a Igreja. Por não ser um dogma de fé, a porta sempre está aberta”, disse o papa, em declaração reproduzida pelo jornal espanhol El País.

Ao deixar claro seu apreço pelo celibato, o pontífice reafirma uma posição pessoal já presente nos diálogos com o rabino Abraham Skorka, ao longo de 2010, que deram origem ao livro Sobre o Céu e a Terra. Em um trecho que trata do celibato, Jorge Bergoglio, então arcebispo de Buenos Aires, diz: “No catolicismo ocidental, o tema é discutido impulsionado por algumas organizações. Por enquanto, a disciplina do celibato se mantém firme. Há quem diga, com certo pragmatismo, que estamos perdendo mão de obra. Se, hipoteticamente, o catolicismo ocidental revisasse o tema do celibato, acredito que o faria por razões culturais (como no Oriente), não tanto como opção universal. Por ora, sou a favor de que se mantenha o celibato, com seus prós e contras, porque são dez séculos de boas experiências, mais que de falhas”.

A manifestação de Francisco no retorno a Roma ocorre alguns dias após um grupo de 26 mulheres italianas enviarem uma carta ao sumo pontífice pedindo para ele repensar o veto ao casamento mantido para os padres. “Caro papa Francisco, nós somos um grupo de mulheres de todas as regiões da Itália que escrevemos para romper a parede de silêncio e de indiferença que nos cerca todos os dias. Cada uma de nós vive, viveu ou gostaria de viver uma relação de amor com um membro do corpo eclesiástico, por quem somos apaixonadas”, afirmam as signatárias. As mulheres não revelaram suas identidades nem os nomes dos seus companheiros padres, mas deixaram um número de telefone na correspondência e pediram “com humildade, que alguma coisa mude, não apenas por nós, mas também pelo bem de toda a Igreja”.

Em março, o papa defendeu o celibato dos padres ao falar para bispos africanos. Na ocasião, disse que os futuros padres devem ser bem formados desde o seminário “para viver de verdade as exigências do celibato eclesiástico, assim como ter uma relação justa com os bens materiais”. Em setembro do ano passado, Pietro Parolin, às vésperas de assumir a Secretaria de Estado e tornar-se o número dois do Vaticano, afirmou que o celibato “não é um dogma da Igreja e pode ser discutido, porque é uma tradição eclesiástica”. Especialistas logo alertaram que não havia nada de novo no discurso do futuro secretário. Em 1997, o cardeal e teólogo Joseph Ratzinger, que se tornaria o papa Bento XVI, escreveu um livro, O Sal da Terra, afirmando que o celibato “com certeza não é um dogma”. Na época, o alemão Ratzinger era o chefe da Congregação para a Doutrina da Fé.

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O livro João Paulo II – Estou nas Mãos de Deus, que reúne anotações pessoais do papa, também traz reflexões sobre o tema: “O celibato sacerdotal é um mistério sobrenatural e, ao mesmo tempo, um dom de Deus, um carisma, para dedicar-se às coisas do Reino com coração indiviso”. Em seguida, o papa lança a pergunta: “Penso eu assim sobre esse tema? Como vivo meu celibato? O sacerdócio não é o celibato, mas o celibato fortalece o sacerdócio. O celibato é comprometer-se para sempre, aqui está a grandeza do homem”.

Abuso sexual
Durante o voo, o papa voltou a condenar a pedofilia dentro da igreja e revelou que “dentro de poucos dias” celebrará uma missa na residência de Santa Marta para um pequeno grupo de vítimas de abuso. “Há seis ou oito pessoas da Alemanha, Inglaterra e Irlanda. E, em seguida, vou me reunir com o cardeal [Sean Patrick] O’Malley, o presidente da comissão contra os abusos. Mas é isso, temos de seguir em frente. Tolerância zero!”, disse.

“Não haverá tratamento preferencial quando se tratar de abuso de crianças. Esse é um problema muito sério. Quando um padre comete abuso, ele trai o corpo do Senhor. Um padre deve guiar as crianças pelo caminho da santidade. E a criança confia nele. Se em vez disso, ele abusa dele ou dela, é algo muito sério”, acrescentou, revelando ainda que o Vaticano está investigando três bispos por crimes relacionados a abuso de menor

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