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ONDE É QUE LULINHA ESTUDOU MESMO, LULÃO?

Olhem, como se diz por aí, “na boa”, não sei como Lula consegue se olhar no espelho depois de fazer certos discursos. Tá bom, vá lá, eu sei. Eu mesmo já identifiquei aqui uma possível patologia psíquica: Lula é destituído de superego. Por que isso agora? Ontem, esse gênio da raça descobriu os culpados pela […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 17h32 - Publicado em 30 Maio 2009, 06h53

Olhem, como se diz por aí, “na boa”, não sei como Lula consegue se olhar no espelho depois de fazer certos discursos. Tá bom, vá lá, eu sei. Eu mesmo já identifiquei aqui uma possível patologia psíquica: Lula é destituído de superego. Por que isso agora? Ontem, esse gênio da raça descobriu os culpados pela baixa qualidade do ensino: a classe média: “Uma das razões pelas quais a escola pública foi se deteriorando é porque grande parte da classe média se afastou dela. Para não brigar [por qualidade], decidiu colocar os filhos na escola particular. E pagar na mensalidade de 3º ano primário o mesmo preço de uma universidade particular”.

Não está sozinho nessa avaliação. Há alguns teóricos da educação — também de classe média ou acima disso, que jamais pisaram numa escola pública — que acham a mesma coisa. É a velha tese de que os responsáveis por seus problemas são as vítimas. Ora, a classe média se afastou da escola pública porque ela era ineficiente. Claro, claro: o pai e a mãe poderiam ter-se convertido em militantes da causa. Enquanto isso, os filhos ficariam comendo grama; enquanto isso, a esquerdopatia reinante nos sindicatos de professores ficariam promovendo greves. “Ah, os sindicatos só são assim porque as condições são ruins”. Mentira! Em São Paulo, a Apeoesp se opôs a um programa de qualificação do corpo docente. É gente que promove queima de livro. Mas me afastei um pouco.

Lula, quando ainda dirigente da oposição, poderia ter dado o exemplo. Poderia ter posto os filhos para estudar na escola pública. Quem melhor do que ele para liderar o movimento, não é mesmo? Pois se preparem para uma revelação. Sabem o Fábio Luiz da Silva, o Lulinha, o Ronaldinho de Lula? ESTUDOU EM ESCOLA PARTICULAR. É, em escola particular. Mais precisamente, no Colégio Singular, em Santo André, uma das mais conceituadas da região. Como eu sei? EU DAVA AULA LÁ.

Mas é claro que a coisa foi feita à moda Lula. Fábio estudou no Colégio Singular, mas com bolsa de estudos, entenderam? Lula, o burguês do capital alheio, pôs o seu prestígio político a serviço da concessão de um privilégio — ou vocês acham que ele não tinha dinheiro para pagar a escola do seu gênio empresarial? Tinha. Mas, vocês sabem, onde há uma mamata, Lula está lá, mamando. “O cara” até recebe pensão por ter lutado contra a ditadura, ora essa!!! Enquanto ele “lutava”, construía o PT, que o faria chegar à Presidência, constituía um patrimônio que nenhum outro trabalhador com o seu nível de instrução tem e garantia a melhor escola para os filhos — sem desembolsar um tostão por isso.

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Do Singular, já saíram alunos que se transformaram em profissionais de primeiro time, alguns com renome internacional. Volta e meia, um ex-aluno de lá manda um comentário a este velho professor… Só tenho 47. É que comecei a dar aula muito cedo. Pois bem, não foi o caso de Lulinha. Cursou biologia, vagou aqui e ali etc. Quando o pai alcançou a Presidência, era monitor de Jardim Zoológico: “Lulinha, onde fica a zebra?” Ele indicava. “Lulinha, onde fica a anta?” Ele mostrava. “Lulinha, onde fica o jumento?” Ele dava o caminho. O pai chegou lá, e ele se transformou num empresário de enorme sucesso, não é? A Telemar — atual Oi, de que Sérgio Andrade, o principal financiador das campanhas do seu pai, é sócio — logo descobriu o seu talento para o mundo dos negócios. A fala a seguir é pura imaginação benevolente deste escrita: “Que é isso, Lulinha? Alguém com o seu talento em, bem…, em seja lá o que for, merece ser empresário”. E Lulinha virou empresário. A família Andrade gosta da família Lula. Custeou a educação de Lurian em Paris.

Como a gente vê, o Brasil continua mesmo a ser um país injusto. É preciso pôr um fim nesse regime que garante a existência de fidalgos — sejam eles da antes chamada “burguesia”, seja da antes chamada “classe operária”. O que o Brasil ainda não conseguiu ser, de fato, é uma República. É preciso pôr fim ao regime dos aristocratas. E Lula é o seu mais pançudo representante.

Mais uma vez, este senhor é flagrado a fazer o exato oposto do que enuncia e anuncia
Texto originalmente publicado às 16h54 de ontem

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