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Obama e a conversa com Rohani, aquele que nega ter criticado o Holocausto…

Escrevi ontem um post sobre o novo presidente do Irã. O título é este: “Os truques do novo presidente do Irã. Ou: Agência oficial de notícias nega que novo líder tenha criticado o Holocausto… É o de sempre. Enquanto isso, programa nuclear avança”. Vejam lá. O valente concedeu uma entrevista à CNN em que teria dito […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h18 - Publicado em 27 set 2013, 21h11

Escrevi ontem um post sobre o novo presidente do Irã. O título é este: “Os truques do novo presidente do Irã. Ou: Agência oficial de notícias nega que novo líder tenha criticado o Holocausto… É o de sempre. Enquanto isso, programa nuclear avança”. Vejam lá. O valente concedeu uma entrevista à CNN em que teria dito que o “Holocausto do povo judeu é reprovável”. A agência de notícias ligada à Guarda Revolucionária veio a público para afirmar que ele não havia empregado a palavra “reprovável” e que nem mesmo havia se referido a “Holocausto”, mas apenas a “acontecimentos históricos”. Então tá.

Conforme se lê em texto publicado na VEJA.com, o presidente dos EUA, Barack Obama, conversou com Hassan Rohani. O fato está sendo considerado um avanço extraordinário. Vamos ver. Qualquer coisa que não resulte no congelamento do programa nuclear iraniano terá um único beneficiário: o próprio Irã. Leiam o texto da VEJA.com:
*
Depois de a expectativa por um encontro entre o presidente americano Barack Obama e o presidente iraniano Hassan Rohani não ter se concretizado, os dois conversaram por telefone nesta sexta-feira. Ao falar sobre o telefonema, Obama repetiu o tom de seu discurso de terça na Assembleia Geral da ONU, mencionando uma “oportunidade única” de progresso nas relações entre os dois países, estremecidas desde a revolução de 1979, que instaurou no Irã uma teocracia islâmica comandada por aiatolás. “Eu reiterei ao presidente Rohani o que disse em Nova York. Embora haja certamente importantes obstáculos ao avanço e o sucesso não esteja garantido, eu acredito que podemos alcançar uma solução abrangente”, disse Obama a jornalistas.

Em um perfil no Twitter que pertenceria a Rohani, uma mensagem afirma que os dois presidentes “expressaram sua disposição política mútua de resolver rapidamente esta questão”. Rohani é o chefe de governo, mas quem manda no Irã é o grão-aiatolá Ali Khamenei, que dá a última palavra sobre assuntos domésticos e estrangeiros. Desta forma, quem baterá o martelo nas negociações sobre o programa nuclear iraniano, ponto principal da relação do Irã com o Ocidente, será o aiatolá. Mesmo assim, Rohani diz que lhe foi dada total autoridade para negociar o tema – e ele não tem sinalizado para nenhuma concessão, reforçando a tese de que o país tem o direito de enriquecer urânio para fins pacíficos, argumento desacreditado pelas potências ocidentais.

Obama fez referência à estrutura de poder iraniana durante a entrevista, sugerindo que um acordo pode atender a um dos pedidos do Irã, a redução das sanções econômicas impostas ao país. “O líder supremo do Irã emitiu uma fatwa (decreto religioso) contra o desenvolvimento de armas nucleares. O presidente Rohani indicou que o Irã nunca vai desenvolver armas nucleares”, disse. “Eu deixei claro que nós respeitamos o direito do povo iraniano a ter acesso à energia nuclear pacífica em um contexto em que o Irã cumpre suas obrigações. O teste será feito com ações verificáveis, transparentes e significativas, que também podem aliviar as amplas sanções internacionais atualmente em vigor”, acrescentou o democrata, sem apontar fatos concretos que sustentem seu voto de confiança.

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Há motivos para desconfiança. No período em que conduziu as negociações nucleares do Irã com o Ocidente, entre 2003 e 2005, Rohani prometeu à Inglaterra, França e Alemanha uma pausa no enriquecimento de urânio. Em 2011, contudo, admitiu em entrevista a um jornal local que usou a suspensão temporária para instalar sorrateiramente equipamentos na usina nuclear de Isfahan e aumentar o número de centrífugas na planta de Natanz. “Aproveitamos a oportunidade”, disse, demonstrando cinismo. Em seu discurso na ONU, na terça, o iraniano afirmou que a tecnologia nuclear do país está bastante avançada. “A tecnologia nuclear, incluindo o enriquecimento, já atingiu escala industrial”.

Na quinta-feira, o secretário de estado americano, John Kerry, conversou com o chanceler iraniano Mohammad Javad Zarif durante uma reunião do Irã com os membros do grupo 5+1 (países com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha). Kerry e Zarif também tiveram uma pequena conversa bilateral, marcando o encontro de mais alto nível entre os dois países em mais de três décadas.

Mais cedo nesta sexta, Rohani concedeu uma entrevista coletiva e disse ter confiança de que as negociações com o Ocidente “produzirão, em um curto período de tempo, resultados tangíveis”. “A atmosfera está muito diferente do passado. O nosso objetivo é resolver problemas, é criar confiança entre os governos e as pessoas”. Ele disse ainda que um plano para resolver o impasse sobre o programa nuclear será apresentado ao grupo 5+1 durante um encontro em Genebra, em outubro.

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